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Dólar em Alta e Bolsa em Queda: O Que Está Acontecendo com a Economia Brasil e EUA?

2025-01-10

Autor: Pedro

O dólar disparou nesta sexta-feira (10), enquanto investidores analisam os novos dados de inflação do Brasil e os números do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Com a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) se mantendo acima da meta, as atenções estão voltadas para as possíveis consequências nas decisões de juros nos dois países.

Pelas 13h20, a moeda americana estava em alta de 1,23%, cotada a R$ 6,117, revertendo as perdas registradas no início do dia. Por outro lado, a Bolsa brasileira caiu 0,75%, atingindo 118.875 pontos.

Em 2024, o IPCA fechou em 4,83%, um aumento em relação à variação de 4,62% em 2023, segundo o IBGE. Esse resultado superou o teto da meta de inflação, estabelecida em 4,5%. Com isso, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá que redigir uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos do descumprimento da meta.

"Apesar de a inflação ter ficado próxima das expectativas do mercado, ela demonstra que a luta contra a alta de preços ainda é desafiadora", analisa o economista André Perfeito. "O cenário sugere que a taxa Selic deve continuar subindo. Porém, não há indícios de que subir ainda mais as taxas esteja nos planos imediatos do BC. Neste momento, a desaceleração econômica e a acomodação dos salários são fatores críticos."

O Banco Central brasileiro já aumentou a Selic para 12,25% ao ano, e mais aumentos estão previstos para as reuniões de janeiro e março. Esse ambiente de juros altos pode ser um dos responsáveis pela queda na Bolsa, já que investidores buscam alternativas que ofereçam melhores retornos.

Depois da divulgação do relatório de empregos dos EUA, que mostrou uma criação inesperada de 256 mil postos de trabalho em dezembro, as tensões aumentaram. A taxa de desemprego caiu para 4,1%, o que sugere uma resiliência do mercado de trabalho e pode influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed) em relação ao corte de juros.

O Fed, que atualmente mantém a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,5%, deve priorizar a inflação e o emprego em suas próximas reuniões. Uma nova interrupção no ciclo de cortes parece quase certa, reforçando a incerteza sobre a política monetária futura.

Em meio a esse cenário inquietante, a expectativa gira em torno do novo governo de Donald Trump nos EUA, que toma posse no dia 20 de janeiro. Suas possíveis políticas tarifárias podem impactar tanto a inflação interna quanto o comportamento do Fed.

E se você está se perguntando como tudo isso afetará seu bolso, a resposta parece estar na elevação dos juros, que torna o dólar mais atraente e pode gerar um aumento nos preços de bens e serviços. Prepare-se, pois as ondas econômicas da decisão nos EUA podem reverberar até aqui! A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) americano na próxima quarta-feira pode ajudar a esclarecer ainda mais este intrincado cenário. Fique atento!