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Dólar em alta e Bolsa em queda: Analistas apontam incerteza fiscal como grande vilã!

2024-11-12

Autor: Carolina

Dólar dispara e Bolsa enfrenta dificuldades

A cotação do dólar comercial disparou, com a moeda turismo alcançando e até superando os R$ 6,10. No Rio de Janeiro, a Travelex Confidence vendia a moeda a R$ 6,10 em espécie e a R$ 6,20 no cartão pré-pago. Essa desvalorização do real está refletindo diretamente nas ações da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, que vivem dias difíceis com investidores frustrados pela falta de um prometido corte de gastos públicos.

Incerteza fiscal e falta de medidas concretas

Atualmente, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está discutindo um pacote fiscal que deverá incluir a reestruturação do Ministério da Defesa, mas até o momento, nenhuma medida concreta foi apresentada. A incerteza em torno da política fiscal nacional prejudica a confiança dos investidores sobre a saúde da economia brasileira, tornando os ativos locais menos atrativos.

Mercados internacionais e B3

Apesar de um leve aumento de 0,03%, com o principal índice da B3, o Ibovespa, fechando aos 127.873 pontos, as bolsas norte-americanas continuam a quebrar recordes, diminuindo a competitividade para os mercados brasileiros. Isso levanta dúvidas sobre o compromisso do governo em promover os cortes necessários, resultando em um ceticismo crescente entre os investidores e analistas.

Resistência e ceticismo no mercado

Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, aponta que existe uma forte resistência por parte do presidente em reduzir gastos sociais, como por exemplo o salário mínimo. Essa atitude alimenta as incertezas, com profissionais do mercado acreditando que um cenário otimista para medidas fiscais é, de fato, "desprezível".

Expectativas futuras e taxa Selic

Carlos Viana, ex-diretor do Banco Central, acredita que um pacote mais robusto poderia ser aceito temporariamente pelo mercado, mas a tendência é que novas questões fiscais surjam, aumentando a tensão ao longo do tempo. Por outro lado, a gestora de ativos Verde Asset Management manifestou preocupações sérias em relação à capacidade do governo de entregar reformas fiscais, afirmando que há uma pressão inflacionária crescente que pode forçar o Banco Central a elevar as taxas de juros no Brasil, o que pressionaria ainda mais a Bolsa.

Aumento da dívida pública e impacto na economia

A expectativa é de que a taxa Selic possa alcançar 14% até meados de 2025, juntamente com um aumento no risco fiscal nacional e a volatilidade externa provocada pelas eleições nos EUA. Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, cita ainda que a pressão do mercado interno sobre o dólar foi intensificada pela falta de influência externa, pois os mercados de títulos norte-americanos estavam fechados para o feriado do Dia dos Veteranos.

Queda nas ações da B3

Os analistas estão começando a ver um aumento na precificação da dívida pública brasileira, sinalizando um receio com a trajetória fiscal do país. Por exemplo, a curva de juros futuros está indicando que o mercado espera que a Selic suba 0,75 ponto percentual em dezembro, uma movimentação que poderia afetar o crescimento econômico no ano seguinte.

Cenário preocupante e futuro incerto

Na B3, a falta de atualizações concretas sobre o pacote de cortes de gastos fez com que os volumes de negociação caíssem, enquanto as ações ligadas à siderurgia sofriam quedas significativas. A CSN viu suas ações recuarem 3,91% e a Vale registrou uma desvalorização de 3,27%, acumulando perdas significativas em seu valor de mercado desde a semana passada.

Diante desse cenário preocupante, a pergunta que fica é: o governo conseguirá apresentar um plano viável antes que a desconfiança dos investidores se torne insustentável? O futuro econômico do Brasil pode depender dessas decisões urgentes e necessárias.