
Dólar em alta aguardando anúncio de Trump sobre tarifas globais; Ibovespa em queda
2025-04-02
Autor: João
O dólar voltou a operar em alta no final da manhã desta quarta-feira (2), atingindo a máxima do dia até agora, de R$ 5,7144. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apresentava queda.
Investidores de diversos países estão ansiosos pelo anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas que serão aplicadas a vários países que importam produtos para os EUA. Trump vem se referindo a esta data como "Dia da Liberdade", afirmando que será o momento em que as tarifas ajudarão a libertar os EUA de produtos estrangeiros. O anúncio está previsto para ocorrer às 17h no horário de Brasília (DF), na Casa Branca, e as tarifas devem entrar em vigor imediatamente após a cerimônia.
Com a divulgação de novos dados econômicos no Brasil e no exterior, investidores buscam compreender melhor o impacto disso sobre as taxas de juros. Às 13h, o dólar estava em alta de 0,30%, cotado a R$ 5,7003. A moeda americana teve uma queda de 0,39% no dia anterior, fechando a R$ 5,6833.
O dólar acumulou na semana uma queda de 1,32%, uma perda de 0,39% no mês e uma queda total de 8,03% no ano. Enquanto isso, o Ibovespa, que às 13h caía 0,13%, fechou o dia anterior em alta de 0,68%, a 131.147 pontos, acumulando uma perda de 0,57% na semana e um ganho de 9,03% no ano.
O impacto da tarifa de Trump continua a gerar preocupação entre investidores em todo o mundo, com receios relacionados à possibilidade de que uma guerra tarifária impacte negativamente a inflação e a economia global. Desde que assumiu, Trump já impôs tarifas a parceiros como México e Canadá e ameaçou tarifas sobre produtos chineses, automóveis e aço.
O receio é que o nível de tarifas aumente e que outros países respondam com represálias, intensificando uma guerra comercial global. Recentemente, Trump comentou que as tarifas poderiam afetar todos os países, enquanto seu assessor, Kevin Hassett, sugeriu que o foco estaria em uma lista de 10 a 15 nações com desequilíbrios comerciais mais graves com os EUA.
Na Europa, Ursula von der Leyen, chefe do Executivo da UE, declarou que a região tem um "plano forte" para retaliar as tarifas dos EUA. Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), ressaltou que a guerra comercial pode levar à "independência" da Europa, destacando a necessidade de uma forte postura de negociação para evitar uma escalada do conflito.
No Brasil, um projeto aprovado pelo Senado permite ao governo retaliar países que criem barreiras comerciais a produtos brasileiros. O aumento nas tarifas pode encarecer produtos e impactar a inflação, resultando em possíveis desacelerações econômicas globais.
Além disso, um relatório do Departamento de Comércio dos EUA revelou um crescimento nas novas encomendas de produtos manufaturados, sugerindo que as empresas anteciparam pedidos devido às tarifas prometidas. Um aumento de 0,6% foi observado em fevereiro, seguindo uma revisão de alta de 1,8% em janeiro.
Com as incertezas permeando os mercados globais, os investidores estão cada vez mais priorizando ativos mais seguros, como o dólar, refletindo um clima de aversão ao risco em meio a essa volatilidade econômica.