Dólar dispara 1,87% com foco fiscal e alta no exterior
2024-12-23
Autor: Gabriel
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com um impressionante aumento de 1,87%, cotado a R$ 6,186 na venda. Ao longo do dia, a moeda americana chegou a subir 2%, acompanhando a tendência de alta vista nos mercados internacionais, em um contexto de liquidez reduzida próximo ao Natal.
Neste cenário, o dólar futuro também apresentou uma valorização, operando em alta de 1,57%, atingindo R$ 6,195. Apesar de uma pequena correção na última sexta-feira, quando o dólar à vista fechou em queda de 0,87%, a moeda acumula uma alta de 0,69% na última semana, refletindo a incerteza dos investidores quanto à política fiscal do governo.
Um ponto de atenção nesta segunda-feira foi a realização pelo Banco Central de um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial, sem operações extras anunciadas.
No mercado de turismo, os valores encontrados foram ainda mais altos, com o dólar turismo sendo vendido a R$ 6,408.
Os investidores estão atentos aos desdobramentos das últimas reuniões dos bancos centrais, sendo que o Federal Reserve dos EUA surpreendeu os mercados na semana passada ao sinalizar uma estratégia lenta para cortes nas taxas de juros, o que elevou os rendimentos dos Treasuries e impulsionou o dólar.
Internamente, as preocupações com a política fiscal do governo continuam. O Senado concluiu na última sexta-feira a votação de um pacote de medidas para limitar os gastos públicos. Entretanto, com o Congresso em recesso até fevereiro, as atividades políticas tendem a desacelerar.
Adicionalmente, a pesquisa Focus revelou que as expectativas de inflação estão cada vez mais desalinhadas, com as projeções para o IPCA de 2024 e 2025 aumentando. As estimativas agora estão em 4,91% e 4,84%, respectivamente, bem acima da meta de inflação de 3% estipulada pelo Banco Central.
Em relação ao câmbio, há previsões de um dólar a R$ 6,00 no final deste ano e um possível fechamento a R$ 5,90 no próximo ano, o que indica uma pressão constante sobre a moeda brasileira.
Surpreendentemente, o Brasil registrou um déficit de 3,060 bilhões de dólares na conta corrente em novembro, melhor que a expectativa de um saldo negativo de 3,344 bilhões. Entretanto, esse déficit foi compensado por um sólido investimento direto no país, que alcançou 6,956 bilhões de dólares.