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Dólar despenca e fecha a R$ 6,07 após declarações de Lula sobre fiscal e Galípolo

2024-12-20

Autor: Lucas

Nesta sexta-feira, o dólar recuou pela segunda vez seguida em relação ao real, encerrando o dia a R$ 6,0710, uma queda de 0,87%. Esse movimento se deu após o Banco Central intervencionar com a injeção de mais 7 bilhões de dólares no mercado e o Senado finalizar a votação do pacote fiscal do governo, em um cenário também marcado pela queda da moeda americana no mercado exterior.

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a tarde impulsionaram a confiança do mercado. Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram, Lula declarou total apoio ao futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, chamando-o de "o mais importante presidente do BC". Lula enfatizou que não haverá interferência direta da presidência nas funções do Banco Central, o que é um alívio tanto para investidores quanto para analistas econômicos preocupados com a autonomia da instituição.

O dólar já havia vivido uma semana de intensa volatilidade, subindo 0,69% em relação ao real no acumulado da semana, mesmo após a recente queda. Na quinta-feira, a moeda norte-americana havia alcançado o seu segundo maior valor nominal de fechamento da história, cotado a R$ 6,1243, após uma alta de 5,2% em cinco pregões consecutivos.

O Banco Central, na manhã de hoje, atuou novamente no mercado cambial vendendo 3 bilhões de dólares em leilão à vista e posteriormente outros 4 bilhões em operações com compromisso de recompra. Totalizando, o BC já havia injetado 27,77 bilhões de dólares desde a última quinta-feira, tentando conter a escalada do dólar.

O pacote fiscal que foi aprovado pelo Senado restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo. Esses ajustes fazem parte de três propostas apresentadas pelo governo como uma estratégia para fortalecer as finanças públicas antes do recesso do Congresso.

Além disso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir os gastos obrigatórios do Executivo também foi promulgada, criando um ambiente mais favorável para a estabilidade econômica.

No mercado exterior, o dólar também apresentou queda em relação a diversas moedas, com o índice do dólar, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de seis divisas, caindo 0,76%. Apesar do alívio observado nas últimas sessões, especialistas ressaltam que o mercado continua cauteloso em relação ao cenário fiscal e que a moeda americana deve permanecer acima dos R$ 6,00, uma barreira considerada técnica e psicológica para investidores.

A temporada de ajustes e declarações promissoras do governo pode ser o início de uma nova fase econômica, mas a atenção permanece voltada para a manutenção da confiança no fiscal e na autonomia do Banco Central.