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Dólar despenca 1%, a R$ 5,50, com fraqueza externa antes de reuniões do Fed e Copom

2024-09-16

O dólar à vista encerrou nesta segunda-feira (16) sua trajetória de queda em relação ao real, aprofundando as perdas da sessão anterior e refletindo a fraqueza da moeda americana no cenário internacional, enquanto investidores aguardam ansiosamente as reuniões do Federal Reserve, nos Estados Unidos, e do Banco Central do Brasil nesta semana.

Na próxima quarta-feira (18), o mercado está expectante com a possibilidade de que o Fed inicie um ciclo de cortes na taxa de juros, projetando uma redução inicial de 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Atualmente, a expectativa majoritária é de que ocorra uma queda mais acentuada, de 50 pontos base, o que está pressionando o dólar para baixo frente a outras moedas emergentes.

No Brasil, por sua vez, a expectativa é que o Banco Central aumente os juros em pelo menos 0,25 ponto percentual, contribuindo ainda mais para a valorização do real diante do dólar. Essa diferença nas expectativas de juros entre os dois países é um fator crucial que atrai investimentos estrangeiros para o Brasil.

O dólar comercial fechou com uma desvalorização de 1,03%, cotado a R$ 5,509 para compra e R$ 5,510 para venda. Por outro lado, o dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) registrou uma queda de 0,95%, atingindo 5.525,06 pontos.

Na sexta-feira passada, o fechamento do dólar à vista foi de R$ 5,5675, após uma queda de 0,89%.

Acompanhe as oscilações do dólar: - Dólar comercial: - Compra: R$ 5,509 - Venda: R$ 5,510 - Dólar turismo: - Compra: R$ 5,545 - Venda: R$ 5,725

O que podemos esperar para o futuro? O dólar acompanhou uma tendência global nesta segunda-feira (16), à medida em que os investidores mantêm o olhar atento às reuniões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. A moeda americana apresentou queda significativa contra a maioria dos pares fortes, conforme os agentes financeiros ponderam sobre a magnitude do corte de juros a ser realizado pelo Fed.

Importante destacar que o Federal Reserve está mudando seu foco para evitar um possível esfriamento do mercado de trabalho, com a inflação se desacelerando gradualmente em direção à meta de 2%. Os operadores apostam em um corte de juros mais agressivo nos EUA, com 65% de chance para a redução de 50 pontos-base e 35% para um corte de 25 pontos.

Além disso, projeta-se um afrouxamento total de quase 120 pontos-base até o final do ano, o que tem feito os rendimentos dos Treasuries caírem, tornando o dólar menos atraente para investidores neste cenário.

A forte expectativa de um corte agressivo pelo Fed está impulsionando outras moedas, como peso colombiano, peso chileno e rand sul-africano, enquanto o real se beneficia da situação.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, comentou: "Minha interpretação é que essa baixa da taxa de câmbio no Brasil, mesmo em um ambiente internacional cauteloso, é impulsionada pela expectativa de ampliação do diferencial de juros em relação aos Estados Unidos".

Em relação ao cenário nacional, os operadores aguardam a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, onde há uma probabilidade de 84% de que os diretores elevem a taxa Selic em 25 pontos-base. Recentemente divulgados, dados econômicos mostram que a atividade no país está mais aquecida do que se esperava, o que reforça a expectativa de aumento das taxas.

Um diferencial maior de juros em comparação aos EUA torna o real mais atrativo para investimentos estrangeiros, potencializando ainda mais a sua valorização.

Fique atento às movimentações do mercado e como isso pode impactar sua vida financeira!