Dólar cai mais de 1% com declarações de Trump: O que isso significa para o Brasil?
2025-01-06
Autor: Gabriel
O dólar comercial registrou uma queda de mais de 1% nesta segunda-feira (6), após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, desmentir uma matéria do The Washington Post que alegava que seus assessores estavam considerando a implementação de tarifas restritivas em setores específicos.
Trump se manifestou em sua plataforma Truth Social, afirmando: “A matéria do Washington Post, citando fontes anônimas que não existem, afirma incorretamente que minha política tarifária será reduzida. Isso está errado. O Washington Post sabe que está errado. É apenas mais um exemplo de Fake News.” Essa desmentida refletiu diretamente nos mercados, levando a uma valorização no real.
Às 12h06, a cotação do dólar à vista estava em R$ 6,106 na compra e R$ 6,107 na venda, uma queda de 1,21%. O contrato de dólar futuro na B3 apresentava baixa de 1,05%, atingindo 6.149 pontos. Na sessão anterior, o dólar tinha encerrado em alta de 0,29%, a R$ 6,183.
Nesta semana, o Banco Central planeja realizar um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, em preparação para o vencimento do dia 3 de fevereiro de 2025.
Considerando a mensagem de Trump, especialistas avaliam que um plano tarifário menos rigoroso pode beneficiar tanto o mercado interno quanto as relações comerciais dos Estados Unidos com outros países, mas ainda existem incertezas sobre quais setores exatos seriam impactados.
Analistas também destacam que o plano tarifário sempre gera apreensão, já que pode elevar o custo de importação para o Brasil, afetando o preço de diversos produtos e potencialmente aumentando a inflação no país.
No âmbito interno, os olhos estão voltados para os dados de inflação, especialmente com o IPCA do mês de dezembro sendo divulgado na próxima sexta-feira. As expectativas em relação à taxa Selic também aumentaram, com projeções agora indicativas de 15,00% para o final deste ano, conforme a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, indicando uma preocupação com o controle da inflação nos próximos anos.
Além disso, o cenário fiscal continua sendo uma preocupação central para os investidores, uma vez que a incerteza em relação à capacidade do governo de equilibrar suas contas pode influenciar negativamente a confiança do mercado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que interrompeu suas férias para discutir a atual situação, destacando a urgência em abordar questões econômicas que têm afetado a confiança do mercado.
Essa movimentação do dólar e as incertezas políticas e econômicas reforçam a necessidade de atenção constante por parte dos investidores, que devem estar preparados para um 2024 repleto de desafios.