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Dólar atinge R$ 5,93 em meio a temores de guerra comercial; Ibovespa em queda mais uma vez

2025-04-07

Autor: Julia

Na máxima do dia, a cotação do dólar alcançou R$ 5,9309, e por volta das 13h, estava cotado a R$ 5,92. Os temores que impactaram o mercado começaram na última quarta-feira (2), quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas recíprocas entre 10% a 50% para as importações de mais de 180 países.

Na sexta-feira (4), o clima negativo se intensificou com a China anunciando medidas retaliatórias. Os EUA impuseram tarifas extras de 34% sobre as importações chinesas, e o governo chinês respondeu com tarifas da mesma magnitude sobre os produtos americanos. A expectativa agora recai sobre possíveis reações da União Europeia, com o temor de que esta situação se converta em uma guerra comercial em larga escala.

Essa disputa pode provocar um aumento nos níveis de inflação nos países envolvidos, resultando em um encarecimento dos insumos utilizados na produção de bens e serviços. Além disso, as tarifas tendem a reduzir o comércio internacional e o consumo interno, o que pode desacelerar consideravelmente a atividade econômica global.

As bolsas de valores ao redor do mundo estão enfrentando uma nova onda de quedas. Na Ásia, os mercados já encerraram com resultados negativos acentuados, como foi o caso da bolsa de Hong Kong, que despencou 13,22%, e o índice CSI 1000 da China, que caiu 11,39%.

Na Europa, os índices acionários também enfrentam quedas significativas que ultrapassam 4%. O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, registrou uma queda de quase 2% nos primeiros minutos de negociação, refletindo o temor do mercado.

Neste contexto de instabilidade, o dólar, por volta das 13h05, subia 1,57%, cotado a R$ 5,9274, enquanto na última sexta-feira (4), a moeda americana teve uma alta de 3,68%.

As expectativas para o futuro próximo são de que os preços de bens e serviços vão aumentar em decorrência das tarifas, o que, segundo especialistas, pode pressionar os custos e restringir o consumo dentro dos Estados Unidos. Isso poderia resultar em uma desaceleração econômica, ou até uma recessão na maior economia do mundo.

Além disso, a retaliação da China não se limita apenas às tarifas. O governo chinês anunciou que começará a controlar a exportação de materiais raros para os EUA, como o samário e o gadolínio, que são fundamentais para a produção de tecnologia, como chips de computadores e smartphones. Essas medidas já estão em vigor, aumentando a tensão comercial.

Analistas financeiros, como Vitor Miziara, destacam que as tarifas em tão grande escala têm o potencial de elevar a inflação global, além de possivelmente reduzir a demanda em vários setores. Em suma, a atmosfera de incerteza criada por tais medidas pode precipitar uma desaceleração econômica em uma escala global, com impactos diretos na vida financeira do cidadão comum.