DNA da Peste Negra Encontrado em Múmia Egípcia de 3.300 Anos: Descoberta Revolucionária!
2024-12-23
Autor: Fernanda
Uma emocionante descoberta arqueológica revela que vestígios do DNA da Peste Negra foram encontrados em uma múmia egípcia de aproximadamente 3.290 anos, representando o caso mais antigo da doença fora da Eurásia. Este estudo, conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores, indica que o homem, cuja múmia está preservada no Museo Egizio, na Itália, estava infectado com a bactéria Yersinia pestis, causadora da peste bubônica, em um estágio avançado da doença, enfrentando sintomas graves antes de sua morte.
A Peste Bubônica, que dizimou milhões de vidas na Europa durante o século XIV, é desencadeada pela bacteria Yersinia pestis. Nos últimos anos, cientistas descobriram o DNA dessa bactéria em corpos pré-históricos, sugerindo que a doença circulava milhares de anos antes do surgimento da grande pandemia medieval.
Até agora, todas as evidências dessa infecção foram limitadas à Eurásia, mas a nova pesquisa confirma a presença da peste no Egito Antigo, muito antes de sua identificação em outras regiões do mundo.
Detalhes da Descoberta
O estudo revelou que os vestígios de Yersinia pestis foram detectados tanto nos ossos quanto no conteúdo intestinal da múmia. Os resultados indicam que o homem estava em um estágio bastante avançado de infecção quando faleceu, provavelmente devido à doença. Esta pesquisa marca a primeira vez que um genoma completo da bactéria foi encontrado fora da Eurásia em uma múmia pré-histórica.
Os pesquisadores destacam que “esta é a primeira evidência molecular da presença da peste no Egito Antigo”, embora a extensão exata da epidemia na região naquela época ainda não possa ser determinada com precisão. Os resultados foram apresentados na reunião anual da European Meeting of the Paleopathology Association, e um estudo completo está em processo de publicação.
Possíveis Epidemias Anteriores
A ideia de que a peste poderia ter existido no Egito Antigo já foi discutida anteriormente, especialmente com a descoberta de pulgas em uma vila arqueológica de Amarna, onde trabalhadores da tumba de Tutancâmon habitaram. Como as pulgas são conhecidas como principais transmissores da peste, essa descoberta levantou a hipótese de que a doença poderia ter sido um problema local. Além disso, o Papiro de Ebers, um texto médico de 3.500 anos, descreve condições que apresentam sintomas típicos da peste bubônica.
Os pesquisadores acreditam que a peste pode ter sido transmitida por pulgas que infestavam os ratos do Nilo e, posteriormente, esses roedores poderiam ter levado a doença para ratos negros que viajavam em embarcações, ajudando a espalhar a peste pelo mundo. Embora até agora faltassem evidências definitivas para comprovar a presença da peste no Egito Antigo, a descoberta recente fornece um suporte significativo a essa teoria.
Implicações Históricas
Embora não possamos ainda determinar a extensão da doença no Egito Antigo, a identificação do DNA de Yersinia pestis nesta múmia representa um avanço significativo nas investigações sobre as origens e a disseminação da peste ao longo da história. A presença da bactéria em uma múmia egípcia de 3.300 anos fortalece a teoria de que a peste bubônica estava presente em diversas partes do mundo muito antes das conhecidas pandemias da história. Essa descoberta abre novas avenidas para a pesquisa histórica e médica, convidando especialistas a reavaliar os impactos da peste na civilização antiga.