
Desvendando os 8 Mitos sobre o Alzheimer que Atormentam Especialistas
2025-09-02
Autor: João
O Alzheimer ainda é envolto em mistérios, crenças errôneas e tabu, que permeiam a sociedade. Esses mitos não apenas alimentam o estigma sobre a doença, mas também dificultam diagnósticos, atrasam tratamentos e geram sofrimento para pacientes e cuidadores.
Especialistas alertam sobre algumas das informações equivocadas mais comuns e a necessidade de combatê-las. "A crença de que não há nada a ser feito desmotiva pacientes e familiares, resultando em desinteresse no acompanhamento médico e na perda de oportunidades para manter a autonomia e a qualidade de vida", enfatiza uma médica.
Embora seja normal que pequenas mudanças na memória ocorram com a idade, a perda contínua e progressiva da memória não faz parte do envelhecimento saudável. "Este mito é perigoso, pois faz com que as pessoas ignorem sinais iniciais, atrasando diagnósticos precoces e intervenções que poderiam melhorar significativamente a qualidade de vida", observa a especialista.
As quatro medicações disponíveis – rivastigmina, donepezila, galantamina e memantina – não impedem ou retardam as mudanças patológicas da doença. O Dr. Ricardo Afonso Teixeira, neurologista renomado, esclarece: "Essas drogas ajudam a modular a neurotransmissão, proporcionando alívio dos sintomas, mas não interrompem o declínio cognitivo."
A crença neste mito pode criar expectativas irreais em relação ao tratamento, levando a decepções e angústias, especialmente dos familiares.
Exames de screening podem indicar um risco elevado de desenvolver Alzheimer, mas isso não é garantia de que ocorrerá. O Dr. Teixeira ressalta que manter estilos de vida saudáveis é crucial, independentemente dos resultados dos testes.
Com isso, muitos podem ser levados a abandonar o tratamento adequado. O geriatra Leandro Minozzo traz uma reflexão importante: cuidar de um familiar com Alzheimer traz desafios reais. Após meses ou anos, muitos cuidadores adoecem, mesmo aqueles que se sentiam saudáveis.
O custo da cuidado vai além do financeiro, afetando a saúde física e emocional do cuidador e a qualidade do suporte dado ao paciente.
O neurologista Diogo Haddad destaca que cada paciente é único e apresenta uma gama diversa de sintomas. "Não podemos assumir que todos os pacientes com Alzheimer passarão pela mesma experiência", explica. Muitas vezes, ainda conseguem manter laços afetivos com amigos e familiares, especialmente nas fases iniciais da doença.
Pintar um retrato pessimista do Alzheimer pode desumanizar o paciente, prejudicando o envolvimento emocional e a qualidade do cuidado familiar. O cuidado especializado e estratégias adequadas podem gerenciar alterações comportamentais, quando estas ocorrem.