Nação

Desespero e Tortura: Brasileiros Presos na Ásia em Tráfico de Órgãos

2024-12-18

Autor: Mariana

Luckas e Phelipe, dois brasileiros, se tornaram vítimas de um horrendo esquema de tráfico humano na Ásia, onde estão sendo submetidos a torturas físicas e psicológicas. Phelipe, que tem se comunicado secretamente com familiares, relatou que Luckas está sendo severamente agredido, com hematomas e dificuldades para andar. "Eles agridem a gente todo dia. Ele não pode nem falar comigo porque eles proíbem", desabafou Phelipe em mensagens alarmantes.

Os jovens têm sido constantemente ameaçados de morte. António, pai de Phelipe, revelou que seu filho chegou a mencionar o desejo de acabar com sua própria vida devido à tortura que enfrenta. "Eles vão tirar nossos órgãos. Como posso ficar calmo sabendo disso?", escreveu Phelipe angustiado. Nesta quarta-feira (17), ele também mencionou que tem motivos para acreditar que eles podem ser vendidos em breve. A situação é devastadora, e as famílias pedem desesperadamente por ajuda e um resgate.

Apesar do apelo angustiante e da repercussão do caso, as autoridades brasileiras têm se mostrado ineficientes e sem ações concretas. O Itamaraty, após receber críticas, declarou que está em contato com as autoridades locais da Tailândia e Mianmar. Entretanto, António manifestou sua frustração: "O governo não faz nada, só enviam notas sem conteúdo útil".

Além do sofrimento físico e emocional, as vítimas estão sendo forçadas a aplicar golpes financeiros usando aplicativos como o Telegram. Os jovens relataram que são mantidos em condições análogas à escravidão. Em Mianmar, cerca de 120 mil pessoas estão em situações semelhantes, segundo um levantamento da ONU publicado em 2023.

É um ciclo de desespero que atinge particularmente homens educados, muitos com formação superior e conhecimentos em tecnologia, atraídos por propostas de emprego que prometem altos salários de até US$ 2.000. Ao chegar à Ásia, no entanto, são despojados de seus documentos e forçados a trabalhar em atividades ilícitas.

Os familiares, desesperados por notícias e ajuda, criticam a falta de ação do governo brasileiro. Cleide Viana, mãe de Luckas, expressou sua dor em uma carta ao presidente Lula, clamando por ajuda para seu filho. Esses relatos revelam a gravidade da situação e a urgência necessária para que providências sejam tomadas em favor das vítimas do tráfico humano.