
Descubra como a sua fala pode revelar os primeiros sinais de Parkinson!
2025-04-08
Autor: Ana
Uma pesquisa inovadora realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) trouxe à luz um aspecto fascinante sobre a doença de Parkinson: a fala pode ser um indicador crucial para identificar a presença e o progresso da condição. O estudo foi conduzido por Lucas Manca Dal’Ava durante seu doutorado no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e envolveu a análise vocal de 32 idosos. Metade deles não tinha diagnóstico da doença, enquanto a outra parte estava em estágios iniciais e intermediários do quadro neurológico.
O principal objetivo da pesquisa foi mapear características sonoras que pudessem diferenciar os grupos analisados e também identificar sinais que ajudem a comprender o avanço da doença. No total, foram avaliados 24 aspectos vocais, incluindo variações de intensidade, ritmo e melodia, muitos dos quais ainda eram pouco explorados em estudos anteriores.
Etapas da pesquisa
O estudo foi desenvolvido em duas etapas: a primeira consistiu na leitura de um trecho curto, enquanto a segunda envolveu uma conversa livre. As vozes foram gravadas e meticulosamente analisadas para detectar sinais sutis ligados ao Parkinson. Diferente de pesquisas anteriores que focavam em aspectos isolados da fala, este estudo avaliou múltiplos parâmetros simultaneamente, proporcionando uma visão mais abrangente das diferenças entre indivíduos saudáveis e aqueles que sofrem da doença.
Indicadores eficazes
Entre os indicadores analisados, dois se destacaram por sua eficácia na detecção da progressão do distúrbio: a velocidade da fala, medida em sílabas por segundo, e a fluência articulatória, que não considera as pausas. Esses dois fatores mostraram uma forte correlação com o avanço do Parkinson, podendo ser considerados potenciais biomarcadores para uso clínico.
A relação entre fala e doença de Parkinson
Os testes de leitura apresentaram maior precisão na detecção da doença do que as falas espontâneas, especialmente em aspectos prosódicos específicos. Devido às limitações impostas pela pandemia, a coleta das amostras precisou ser adaptada: as gravações passaram a ser realizadas com celulares, tanto em casa quanto em unidades de reabilitação. Essa alternativa provou ser viável e eficiente, mostrando que é possível obter resultados consistentes sem a necessidade de equipamentos profissionais.
Perspectivas futuras
Como seguimento do projeto, há planos empolgantes para expandir a investigação de certos parâmetros vocais e desenvolver soluções tecnológicas baseadas em inteligência artificial. A proposta inclui a criação de um aplicativo simples e acessível, destinado a auxiliar profissionais da saúde na triagem e acompanhamento de pessoas com sinais da doença. Isso promete tornar o diagnóstico precoce mais democrático e viável por meio da análise da voz, potencialmente revolucionando a forma como a doença é diagnosticada e tratada.