Descobertas Surpreendentes no Subsolo de Marte: Mapa Gravitacional Revela Estruturas Misteriosas
2024-09-16
Autor: Matheus
Durante o Europlanet Science Congress 2024, cientistas revelaram um novo mapa gravitacional de Marte que promete mudar a nossa compreensão sobre o planeta vermelho. A pesquisa trouxe à luz estruturas densas localizadas abaixo do que um dia foi um oceano marciano, além de indícios de que a atividade no manto pode estar afetando o Monte Olimpo, o maior vulcão do Sistema Solar.
Conduzido por Bart Root, da Universidade de Tecnologia de Delft na Holanda, o estudo, que será publicado na revista JGR: Planets, desafia antigas noções sobre a geologia de Marte, especialmente o conceito de isostasia flexural, que descreve como a litosfera se comporta sob grandes pressões. Na Terra, esse fenômeno é exemplificado pelo derretimento das camadas de gelo na Groenlândia, que levam a um aumento do solo. Contudo, em Marte, no caso do Monte Olimpo e da região de Tharsis Montes, a situação é bem diferente.
Contrariando a expectativa de que o peso dos vulcões de Tharsis deveria criar depressões na superfície, a pesquisa aponta que essa região é, na verdade, significativamente mais elevada. O estudo sugere que, de maneira intrigante, os processos geológicos em Marte não operam como se pensava. As análises indicam a presença de uma massa subterrânea considerável, com 1.750 km de diâmetro a 1.100 km de profundidade, que pode ser uma pluma de manto ascendendo - um sinal de que Marte ainda poderia estar geologicamente ativo.
Surpreendentemente, embora não haja sinais visíveis de vulcanismo atualmente, o estudo revela que a região de Tharsis teve episódios de atividade vulcânica nos últimos milhões de anos. Se a pluma continuar seu movimento ascendente, existe a possibilidade de que Marte possa experienciar atividade vulcânica novamente no futuro.
Adicionalmente, o levantamento também detectou anomalias gravitacionais nas calotas polares do planeta. Essas anomalias podem representar estruturas densas enterradas sob sedimentos que datam da era em que Marte possuía oceanos, levantando assim novas questões sobre a sua origem. Essas formações não têm marcas de impactos na superfície, o que intensifica o mistério.
Para aprofundar o entendimento sobre o subsolo marciano, os pesquisadores estão propondo uma nova missão chamada MaQuls (Gravidade Quântica Marciana). Inspirada em missões anteriores que mapearam a gravidade da Lua e da Terra, a MaQuls usaria dois satélites conectados para conduzir medições precisas do campo gravitacional marciano. Lisa Wörner, diretora do Instituto de Geodésia por Satélite e Sensoriamento Inercial do Centro Aeroespacial Alemão, enfatiza que essas observações podem revelar segredos do interior de Marte, monitorar mudanças atmosféricas sazonais e até mesmo ajudar na busca por água subterrânea.
Com tantas revelações fascinantes, a pergunta que fica é: o que mais Marte ainda esconde em suas profundezas? Para os apaixonados pela exploração espacial, as descobertas recentes são apenas o começo de uma longa jornada pelo desconhecido!