Descoberta sobre a imagem do buraco negro da Via Láctea levanta polêmica; saiba mais sobre essa controvérsia científica
2024-11-02
Autor: Julia
Uma nova análise da imagem do buraco negro supermassivo Sgr A*, localizado no centro da Via Láctea, gerou controvérsias entre os cientistas. Hiroshi Miyoshi, um dos pesquisadores envolvidos, afirmou que a imagem do anel brilhante pode ser um artefato gerado por erros durante a análise dos dados do Telescópio de Horizonte de Eventos (EHT).
O consórcio EHT ganhou notoriedade em 2019 após apresentar a primeira imagem de um buraco negro, o M87*, de uma galáxia distante. Capturar a imagem de Sgr A*, que está a cerca de 26 mil anos-luz da Terra, trouxe novos desafios, já que esse buraco negro é 1.600 vezes menor que o M87*, resultando em um comportamento mais dinâmico e veloz dos materiais ao seu redor.
Esses materiais se movem quase à velocidade da luz, completando órbitas em questão de minutos, o que provoca uma grande variação na luminosidade e na posição ao longo das observações. Katie Bouman, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, comparou a dificuldade de obter a imagem de Sgr A* a tentar fotografar "um bebê que não consegue ficar parado".
Adicionalmente, as nuvens de poeira e gás entre a Terra e o buraco negro interferem nos sinais de rádio captados pelos telescópios, tornando ainda mais complicado o processo de imagem. Para superar essas distorções, o EHT utilizou uma rede de oito telescópios localizados em seis locais diferentes ao redor do mundo, formando um único telescópio virtual.
Esse método, conhecido como interferometria de linha de base muito longa, combina os dados para aumentar a resolução da imagem, mas também cria lacunas que podem afetar a representação final. A própria Bouman já havia comentado que essas falhas eram esperadas devido ao número limitado de telescópios, usando a analogia de ouvir uma música de piano com teclas faltantes.
Os cientistas aplicaram algoritmos complexos para reconstruir a imagem do Sgr A*, resultando em um anel de luz que se alinhava com as previsões da relatividade geral de Einstein. No entanto, a análise de Miyoshi sugere que o anel pode ser devido a um efeito de borrão, revelando um disco de acréscimo que apresenta uma forma levemente alongada.
Intrigantemente, essa nova pesquisa indica que uma parte do disco é mais luminosa, o que os cientistas creditaram a um efeito Doppler, onde essa região estaria se movendo em direção à Terra, aumentando sua aparente luminosidade. Miyoshi acredita que o disco de acréscimo pode estar girando a cerca de 60% da velocidade da luz.
Embora a nova análise traga avanços no entendimento estrutural do buraco negro, o formato exato do disco de acréscimo ainda permanece controverso. Os especialistas esperam que futuras inovações em telescópios ajudem a resolver essas incertezas.
Essa discussão reflete a contínua busca do conhecimento na astrofísica e o papel fundamental que a tecnologia desempenha na exploração do universo. Fique por dentro das atualizações sobre esse emocionante campo e as futuras descobertas que estão por vir!