As devastadoras cenas registradas no Sudeste dos Estados Unidos após a passagem do furacão Helene ecoam as tristes lembranças das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. O cenário é de destruição causada por chuvas intensas e enchentes na Carolina do Norte e partes da Geórgia.

O furacão Helene, que atingiu a Flórida como um furacão de categoria 4, avançou para o interior, trazendo chuvas torrenciais que colapsaram grandes áreas da Carolina do Norte no último fim de semana. Estradas foram destruídas, deslizamentos de terra ocorreram e milhões ficaram sem energia e sinal de celular.

Cidades inteiras foram isoladas, e o sistema de emergência 911 deixou de funcionar. As autoridades estão em uma corrida frenética para encontrar sobreviventes, resgatar pessoas e restaurar os serviços essenciais. O número de vítimas ainda não foi totalmente contabilizado, dado que algumas áreas permanecem inacessíveis. Helicópteros têm sido utilizados para as operações de busca e resgate.

No Condado de Buncombe, onde se encontra Asheville, uma das cidades mais afetadas, foram contabilizadas pelo menos 30 mortes. As imagens do local evocam o que aconteceu em cidades do Vale do Taquari durante as enchentes devastadoras do último mês de maio.

Localidades severamente atingidas estão recebendo suprimentos aéreos, e as autoridades da Carolina do Norte relataram que mais de 200 pessoas foram resgatadas, incluindo 119 por equipes da Guarda Nacional. Entre os esforços, 45 equipes de busca, com a colaboração de 19 estados e assistência do governo federal, estão mobilizadas.

Embora o número de desaparecidos tenha caído para menos de 600, as autoridades acreditam que esse total continuará a diminuir ao longo da semana, à medida que as comunicações são restabelecidas. Nos últimos dias, o governo recebeu cerca de 1.000 relatos de pessoas em busca de familiares, muitos dos quais eram duplicados.

Diversas comunidades enfrentam a falta de água devido a cortes de energia e danos à infraestrutura. Moradores foram orientados a ferver água ou utilizar água engarrafada, quando disponível. Em Weaverville, próximo a Asheville, a estação de tratamento de água local foi severamente danificada pelas enchentes, segundo o prefeito Patrick Fitzsimmons. A recuperação completa do sistema de fornecimento de água pode levar semanas.

Em Swannanoa, onde helicópteros estão realizando operações de entrega de suprimentos, foram reportados "bairros inteiros que não existem mais", de acordo com o chefe do corpo de bombeiros local, Anthony Penland. Ele também mencionou que seções da rodovia principal e pontes essenciais foram destruídas, complicando ainda mais as operações de resgate.

O caos provocado pelo furacão Helene se estendeu por centenas de quilômetros, afetando não apenas a Carolina do Norte, mas também a Florida, Geórgia, Tennessee, Carolina do Sul e Virgínia, deixando um rastro de destruição e perda de vidas. Já ultrapassando 90 mortos, comunidades inteiras foram dizimadas, e uma moradora de Brevard, na Carolina do Norte, descreveu a situação como "um mini apocalipse".

As imagens impactantes do desastre e as suas semelhanças com as calamidades que assolaram o Brasil refletem uma dura realidade sobre a vulnerabilidade das comunidades frente a desastres naturais. O pedido de união e solidariedade se torna mais forte em momentos como esse.