Uma cena inusitada se desenrolou em Brasília, onde uma comitiva presidencial liderada por Xi Jinping, o presidente da China, desalojou todos os hóspedes de um luxuoso hotel próximo ao Palácio da Alvorada. Essa drástica decisão, tomada para garantir os rígidos protocolos de segurança durante a visita do líder chinês, teve uma exceção: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que reside no hotel desde o final de 2022. Em um tom descontraído, Haddad comentou sobre sua permanência: "Xi é brother".

A repercussão da chegada de Xi Jinping ao Brasil é significativa, e ele será recebido nesta quarta-feira (20) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, onde discutiriam temas bilaterais e emitirão uma declaração conjunta. A noite contará com um jantar em homenagem a Xi, oferecido por Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, no tradicional Palácio do Itamaraty.

Hotel completamente sob controle da comitiva chinesa

O hotel, localizado à beira do Lago Paranoá e a menos de um quilômetro da residência oficial da Presidência, teve suas quase 400 suítes esvaziadas para acomodar a delegação chinesa. Todos os moradores foram instruídos a retirar seus pertences, e os funcionários do hotel foram temporariamente dispensados, enquanto a equipe da comitiva chinesa assumiu os serviços nos dias de 18 a 21 de novembro.

Além de desfazer as suítes, outras áreas comuns do hotel, como o spa, foram interditadas. Autoridades chinesas realizaram uma varredura minuciosa nas instalações para garantir a segurança de Xi e sua comitiva.

Medidas de segurança intensificadas

Nos últimos dias, o acesso ao entorno do Palácio da Alvorada foi restrito em função dos preparativos para a visita. Esse tipo de medida já havia sido adotado em 2019, na última visita de Xi ao Brasil, durante a cúpula do Brics, quando o hotel foi igualmente reservado para a comitiva.

A decisão de garantir exclusividade ao grupo demonstra a importância diplomática deste encontro. As relações entre Brasil e China, historicamente sólidas, foram intensificadas sob o governo Lula, que expressou a intenção de fortalecer ainda mais essas parcerias com o principal parceiro comercial brasileiro.

Expectativas para uma agenda bilateral ambiciosa

A pauta da reunião entre Lula e Xi Jinping promete abordar temas estratégicos, como comércio, investimentos e cooperação internacional. O Palácio da Alvorada foi escolhido como o local do encontro, sublinhando a relevância simbólica da reunião, que poderá consolidar o Brasil como um interlocutor ainda mais relevante em fóruns internacionais.

Essa visita, que tem sido estrutura meticulosamente, sublinha o prestígio de Xi Jinping e o zelo do Brasil em cultivar sua relação com a China, ressaltando a importância vital deste encontro para ambos os países. Estão todos de olho no que esse encontro pode significar para o futuro das relações internacionais e econômicas.