Deportação em massa nos EUA: Os imigrantes na linha de frente da política de Trump
2025-01-20
Autor: Mariana
O dia da posse de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos foi marcado por promessas audaciosas e uma Declaração de Emergência Nacional. Entre suas primeiras ações, Trump anunciou que mobilizaria as Forças Armadas para a fronteira sul do país, relançando a controversa política "Fique no México", que visa restringir a entrada de imigrantes indocumentados.
Em um discurso contundente, o presidente afirmou: “As Forças Armadas serão enviadas para as fronteiras do sul para combater a invasão que nosso país enfrenta. Como comandante-em-chefe, é minha responsabilidade proteger nossa nação.”
Trump também deu um passo drástico ao designar os cartéis mexicanos como organizações terroristas. Ele mencionou sua intenção de invocar a Lei de Inimigos Estrangeiros, criada em 1798, o que permite que o governo tome medidas extremas, incluindo a deportação à revelia do sistema judicial. Com isso, ele pretende implementar uma deportação em massa que pode afetar inúmeras comunidades de imigrantes.
A administração passará a priorizar a deportação de imigrantes com antecedentes criminais. Tom Homan, ex-diretor do ICE, estipula que existem cerca de 662 mil imigrantes nesta situação. Em um dado alarmante, a maioria dos 21,5 mil estrangeiros processados judicialmente em 2023 eram de origem latina.
Além disso, é importante destacar que, após a suspensão do Título 42, por Biden, um aumento significativo no número de imigrantes cruzando a fronteira foi registrado. Estima-se que 5,8 milhões de migrantes tenham entrado nos EUA durante o governo Biden e estão à espera do processamento de suas solicitações de asilo.
O futuro dos imigrantes enfrentar é incerto, pois com a maioria republicana no Congresso, Trump pode facilmente reverter as políticas de imigração existentes e implementar novas diretrizes extremamente rigorosas. Há também o risco de deportações em massa que poderiam não apenas desestabilizar vidas, mas impactar a economia dos países latino-americanos, especialmente o México, que já enfrenta crises próprias.
Entre os grupos vulneráveis que Trump deve focalizar estão os "dreamers", que chegaram aos EUA na infância e que, apesar de não terem antecedentes criminais, já se encontram em uma posição extremamente precária desde a consideração da legalidade do programa DACA. Além disso, os imigrantes designados como em situação de "proteção temporária" serão reavaliados, o que pode resultar em mais deportações.
O clima de incerteza leva muitos a questionar como será a vida sob uma nova e rigorosa administração de imigração. Para os brasileiros, a situação é igualmente precária, com muitos se sentindo inseguros em suas rotinas diárias, temendo a deportação e a separação de suas famílias. O que se desenha é uma nova era de tensões e desafios para comunidades de imigrantes já vulneráveis, especialmente à medida que as políticas de Trump começam a ganhar forma.