Demência: Estudo da USP revela que 54% dos casos poderiam ser evitados; descubra como prevenir!
2024-11-12
Autor: Carolina
Um estudo inovador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicado na renomada revista The Lancet Global Health, revelou que alarmantes 54% dos casos de demência na América Latina são evitáveis, vinculando isso a 12 fatores de risco que podem ser modificados.
A pesquisa, liderada pela Dra. Claudia Kimie Suemoto, professora da disciplina de Geriatria da FMUSP, analisou dados de 12 fatores, incluindo baixa educação, perda auditiva, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, poluição do ar e lesão cerebral traumática. Os dados foram coletados entre 2015 e 2021, envolvendo de 5.995 a 107.907 participantes de diferentes países da América Latina, como Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Honduras, México e Peru.
"Esta é a primeira vez que um estudo tão abrangente foi realizado em toda uma região, diferente de qualquer pesquisa na Europa ou Ásia", destacou a Dra. Suemoto.
No Brasil, a taxa de casos evitáveis de demência é de 48,2%, uma das mais baixas da região. Em contraposição, o Chile apresenta a maior taxa com 61,8%, seguido por Argentina (59,6%) e México (55,8%). Esses resultados têm implicações significativas para campanhas de saúde pública focadas na prevenção da demência.
"É crucial que a população compreenda que a prevenção da demência deve começar cedo. A identificação dos principais fatores de risco e as medidas que podem ser tomadas para evitar o agravamento da condição são essenciais para um futuro saudável", afirmou a pesquisadora.
No Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas convivem com demência, muitos sem diagnóstico, e dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para cuidados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem atualmente 55 milhões de casos de demência em todo o mundo, sendo mais de 60% em países em desenvolvimento. Esse número pode ultrapassar 150 milhões até 2050, se medidas de prevenção não forem implementadas.
Os fatores de risco, como hábitos de vida, têm um impacto direto na saúde cognitiva. A atividade física regular pode melhorar a saúde vascular, nutrindo o cérebro, enquanto a obesidade está diretamente correlacionada ao aumento da inflamação neural, contribuindo para o desenvolvimento da demência.
Além disso, a pesquisa apontou variações regionais nos fatores de risco. Por exemplo, a Bolívia apresenta alta prevalência de baixa escolaridade (63,5%), enquanto no Brasil esse índice é de 46,7%. Já a hipertensão foi mais prevalente no Brasil (46,4%) em comparação com a Bolívia (3%). O consumo excessivo de álcool é uma preocupação significativa na Argentina, onde chega a 32,8%, enquanto no Brasil esse número é menor, com 4,3%.
"Esses dados indicam que políticas públicas eficazes podem reduzir a prevalência de fatores de risco. O combate ao tabagismo, por exemplo, tem mostrado resultados positivos em muitos países da América Latina", concluiu Suemoto, ressaltando a importância de intervenções tendentes à melhoria da educação e da saúde em geral.
Além disso, a demência também pode ser causada por uma variedade de doenças e lesões cerebrais. A doença de Alzheimer é a mais comum, responsável por 60% a 70% dos registros. É importante destacar que a demência não afeta apenas idosos; cerca de 9% dos casos têm início precoce, antes dos 65 anos.
Informar-se sobre saúde e cuidados preventivos pode ser a chave para uma vida melhor. Comece hoje a entender e prevenir os fatores de risco para a demência!