Na manhã desta segunda-feira (3/9), o Brasil foi pego de surpresa com a prisão do delegado da Polícia Federal, Gustavo Stteel, durante a Operação Zargun. Conhecido como professor e até homenageado pela Câmara Municipal de Nilópolis, Stteel é acusado de ter vínculos com o Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais temidas do país.

A detenção ocorreu enquanto ele cumpria plantão na Delegacia da PF no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Investigadores alegam que o delegado pode ter vazado informações sigilosas, auxiliando criminosos envolvidos em tráfico internacional de armas e drogas, além de corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro.

Antes de sua prisão, Gustavo Stteel se apresentava em redes sociais como um acadêmico e policial dedicado. Ele foi agraciado com uma moção de aplausos pela Câmara de Nilópolis em março de 2025, onde seu trabalho no combate ao crime e na segurança do aeroporto foi elogiado como "fundamental para proteger os cidadãos".

Porém, as investigações revelam um lado sombrio de sua atuação, com indícios de que ele estaria fornecendo suporte a um dos grupos criminosos mais perigosos do Brasil.

A Operação Zargun, liderada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-RJ), resultou em 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão. No total, pelo menos 15 indivíduos foram capturados, incluindo o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, apontado como um dos braços políticos do CV.

Outro dos alvos da operação foi Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, acusado de movimentar R$ 120 milhões em cinco anos e conectado a Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, uma das principais lideranças do Alemão. Essa cadeia de eventos destaca a profundidade da corrupção que ainda permeia as forças de segurança no Brasil.