
Defensoria processa dentista após surto de bactérias em BH e cobra R$ 2,5 mi em indenização
2025-04-01
Autor: Maria
Defensoria processa dentista após surto de bactérias em BH e cobra R$ 2,5 mi em indenização
A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) moveu uma ação civil pública contra os proprietários da Clínica Odontológica Dra. Camilla Groppo, que estão sendo investigados por um surto de micobactéria que afetou pacientes submetidos a procedimentos estéticos na clínica. Até o momento, 24 pessoas foram identificadas como vítimas no inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e apresentaram quadros de infecções graves, resultando em danos morais, materiais e estéticos.
A situação chamou a atenção da Defensoria após o atendimento de um grupo de mulheres que realizaram lipoaspiração mecânica de papada e bichectomia entre o final de 2023 e o início de 2024. Muitas relataram ter sido atraídas por promoções enganosas nas redes sociais, onde a clínica anunciava a dentista como especialista, prometendo procedimentos rápidos, indolores e seguros, com a possibilidade de retorno à rotina no mesmo dia. Os preços eram bastante competitivos, o que seduziu muitas clientes.
Contudo, a Defensoria denunciou irregularidades sérias, como a realização de agendamentos e procedimentos sem a devida avaliação prévia e a falta de informações sobre os riscos envolvidos. A DPMG destacou que relatórios de inspeções da Vigilância Sanitária revelaram a ausência de produtos essenciais de higiene e inadequações nos procedimentos de esterilização dos instrumentos cirúrgicos, colocando em risco a saúde das pacientes.
Os lucros obtidos por meio de práticas ilícitas da clínica não apenas prejudicaram as vítimas, mas também colocaram em risco toda a sociedade, devido à possibilidade de um surto infeccioso que poderia sobrecarregar o sistema de saúde público. Isso levanta preocupações sobre a responsabilidade das clínicas de estética, a fiscalização das autoridades sanitárias e a proteção dos direitos do consumidor.
Diante da gravidade da situação, a DPMG pediu o bloqueio imediato dos bens dos réus, no valor de pelo menos R$ 2,5 milhões, visando garantir a compensação aos pacientes prejudicados. Além disso, busca uma indenização de pelo menos R$ 500 mil por danos morais coletivos e a condenação dos responsáveis à reparação dos danos estéticos, materiais e morais sofridos pelas vítimas.