Ciência

Davos: Conflitos, Crise Climática e Incertezas Econômicas Alarmam Líderes para 2025!

2025-01-15

Autor: Lucas

Prédios em ruínas na Faixa de Gaza após o intenso confronto entre Israel e Hamas — Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Uma nova pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF) revelou que os conflitos armados, as mudanças climáticas e as tensões econômicas são considerados os principais riscos globais para 2025. Essa análise, divulgada nesta quarta-feira (15), ressoa um apelo urgente a líderes de várias esferas sobre a necessidade de ação imediata.

Mais de 900 líderes globais, abrangendo áreas como academia, negócios, governo, organizações internacionais e sociedade civil, foram entrevistados para compor os dados desta investigação.

A economista Saadia Zahidi, diretora-executiva do WEF, afirmou que o aumento da instabilidade e a erosão da confiança têm gerado um cenário global cada vez mais pessimista. Os dados indicam que, no topo das preocupações, 23% dos respondentes citaram os conflitos armados como o maior fator de risco. As mudanças climáticas extremas apareceram em segundo lugar, com 14%, seguidas pelas tensões geoeconômicas (8%).

A pesquisa destacou que o clima geopolítico atual — influenciado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e conflitos no Oriente Médio e Sudão — intensificou as preocupações acerca de crises futuras. Comparado ao ano anterior, a percepção de risco aumentou significativamente, saltando do oitavo para o primeiro lugar no ranking.

O relatório também observa que as tensões geopolíticas levam a riscos crescentes de confrontos geoeconômicos, como a imposição de sanções e tarifas, frequentemente exacerbados pela desigualdade e polarização social. Além dos problemas econômicos, os efeitos das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais alarmantes. O uso contínuo de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, está resultando em uma frequência e gravidade alarmantes de eventos climáticos extremos.

Recentemente, o mundo testemunhou ondas de calor na Ásia, inundações devastadoras no Brasil e na Indonésia, incêndios florestais catastróficos no Canadá, e a chegada dos furacões Helene e Milton nos Estados Unidos. Justamente em Los Angeles, os ventos de furacão ameaçam as operações de combate a incêndios.

Outro ponto de preocupação no curto prazo é a desinformação, que já está sendo considerada uma ameaça global crescente. Falsas informações podem distorcer a percepção pública sobre situações em zonas de conflito e impactar decisões eleitorais. A tecnologia de inteligência artificial também tem facilitado a disseminação de conteúdos enganosos, o que complica a realidade a ser enfrentada por líderes e cidadãos.

O panorama não é animador a longo prazo. 62% dos entrevistados expressaram uma visão pessimista sobre a próxima década, preveem desafios significativos até 2035. O relatório indica que eventos climáticos extremos tendem a se intensificar, além de citarem preocupações com a perda de biodiversidade e colapso de ecossistemas. A escassez de recursos naturais e a poluição também foram mencionadas como riscos emergentes.

Além disso, o relatório alerta para os riscos tecnológicos associados à inteligência artificial, que podem agravar instabilidades sociais e políticas, especialmente em sociedades envelhecidas que podem enfrentar tensões demográficas.

O Fórum Econômico Mundial, que promove encontros anuais com líderes globais para discutir temas cruciais para o crescimento e desenvolvimento sustentável, tem o evento deste ano programado para ocorrer em Davos, na Suíça, entre os dias 20 e 24 de janeiro. Prepare-se, pois as discussões prometem ser mais intensas e urgentes do que nunca!