Danone do Brasil desmente rumores sobre parada de compra de soja nacional após polêmica declarações de diretor Europeu
2024-10-29
Autor: Maria
A Danone do Brasil emitiu uma nota nesta terça-feira (29) desmentindo informações que sugeriam que a empresa havia interrompido a compra de soja brasileira. Essa declaração surgiu após o diretor financeiro global da companhia, Juergen Esser, ter afirmado em entrevista à agência Reuters, que a multinacional teria deixado de importar soja do Brasil por questões de sustentabilidade.
A controvérsia ganhou destaque após Esser não explicar os detalhes que levaram à sua suposta decisão, mas sugeriu uma mudança na estratégia da empresa, que, segundo ele, agora estaria focada na importação de soja da Ásia. "Nós não obtemos soja do Brasil mais", disse o diretor, acendendo uma onda de especulações e preocupações sobre o impacto nas economias agrícolas locais.
Em resposta a essa situação, a Danone do Brasil, por meio de um comunicado oficial, garantiu que a compra de soja brasileira continua, em conformidade com as regulamentações locais e internacionais. O presidente da empresa no Brasil, Tiago Santos, sublinhou que a soja brasileira é essencial em sua cadeia de suprimentos e que a maior parte das aquisições passa por uma Central de Compras, que verifica a origem do produto para garantir que não vem de áreas desmatadas.
O governo brasileiro não deixou de notar a declaração de Esser. Em uma nota publicada no mesmo dia, o Ministério da Agricultura criticou duramente as atitudes de algumas empresas do setor agroalimentar europeu e reiterou que possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo, que combate o desmatamento ilegal e garante práticas sustentáveis na produção agrícola.
Ressalte-se que a União Europeia está prevendo novas regulamentações que exigirão que as empresas provem que seus produtos não são de áreas desmatadas, o que poderá trazer desafios significativos para os exportadores brasileiros. Essa nova regulamentação, batizada de EUDR (Regulamento de Desmatamento da União Europeia), poderá afetar diretamente a competitividade da agroindústria nacional no mercado europeu, levando ao aumento de custos e reduzindo a participação de pequenos produtores.
Esser também mencionou que a Danone, em seu relatório de 2023, usou 262 mil toneladas de produtos à base de soja para ração e 53 mil toneladas de soja na produção de laticínios como iogurtes à base de soja, destacando a relevância do insumo em sua operação.
Essa situação levanta um debate constante sobre a produção agrícola, a sustentabilidade e as economias locais. Enquanto isso, a Danone procura esclarecer sua posição, mas a confusão já gerou preocupações em diversas esferas, tanto no Brasil quanto na Europa.