Os casos de virose dispararam em Curitiba, atingindo a marca impressionante de 8.854 registros de gastroenterite entre os dias 29 de dezembro e 12 de janeiro. A primeira semana foi marcada por mais de 3 mil novos casos, enquanto a segunda semana apresentou 5.252 registros. Esse número pode ser ainda mais elevado, considerando os pacientes que apresentaram sintomas leves e não buscaram atendimento médico.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), ao comparar com o mesmo período de 2024, o número de casos dobrou – no ano passado, foram apenas 4.784 casos notificados. Atualmente, cerca de 600 pessoas buscam atendimentos diários com sintomas semelhantes a viroses na capital paranaense.

A virose é uma infecção viral que normalmente apresenta sintomas passageiros, enquanto a gastroenterite refere-se a uma inflamação do estômago e intestinos, causados por vírus, bactérias ou parasitas. Os sintomas comuns incluem mal-estar, fraqueza, náuseas, diarreia e desidratação.

Nesta época do ano, as viroses de verão, principalmente provocadas pelo adenovírus e enterovírus, são frequentes devido à combinação entre altas temperaturas e a superlotação das praias. As transmissões ocorrem normalmente pelo contato com superfícies contaminadas, água ou alimentos.

“A contaminação acontece, muitas vezes, devido à falta de higiene. Em lugares com alta aglomeração, como nas praias, a transmissão do vírus se torna mais fácil. Muitas pessoas não costumam lavar as mãos adequadamente antes de comer ou após usar o banheiro, o que contribui para a disseminação da virose”, alerta a infectologista Camila Ahrens.

Apesar do aumento nos casos, a SMS assegura que não houve impacto significativo no sistema de saúde até o momento, afirmando que estão preparados para o crescimento sazonal das notificações. A médica recomenda que, em caso de suspeita de virose, as pessoas não entrem em pânico, já que a maioria dos casos se resolve sozinha em poucos dias. O ideal é procurar atendimento médico se os vômitos persistirem, a urina estiver muito concentrada ou se a pessoa não conseguir se hidratar adequadamente em casa.

Além disso, o Litoral do Paraná também enfrenta um cenário preocupante: até o dia 13 de janeiro, 5.439 consultas foram feitas por virose. Comparado ao mesmo período em 2023, com 1.339 casos, isso representa um aumento alarmante de 306%. Em 2024, houve 121 surtos de Doenças Diarreicas Agudas (DDA), com três na 1ª Regional de Saúde, que inclui áreas litorâneas.

Como evitar a virose e a gastroenterite?

Aqui vão algumas dicas cruciais:

- Beba sempre água potável; - Evite usar fontes de água não confiáveis; - Tenha atenção especial ao preparar alimentos para crianças pequenas; - Não consuma alimentos que tiveram contato com água contaminada; - Lave as mãos antes de manusear alimentos; - Mantenha os alimentos armazenados em recipientes bem fechados; - Higienize frutas e vegetais com solução apropriada antes do consumo; - Cozinhe os alimentos próximos ao momento do consumo e armazene corretamente as sobras; - Evite consumir alimentos de origens duvidosas ou que não tenham sido preparados com padrões de higiene adequados.

Além disso, para dar suporte à população, a Secretaria de Saúde do estado instalou tendas em Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná. Essas tendas têm como objetivo atender diariamente até 250 pacientes com sintomas de virose, aliviando assim a pressão sobre as Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Enquanto isso, é essencial que todos os cuidados sejam tomados para evitar a propagação dessas infecções, principalmente durante a temporada de férias nas praias. Se cuide!