Tecnologia

Cristal de Quartzo: O HD do Futuro Capaz de Armazenar 360 TB de Informação

2024-09-24

Cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, fizeram uma descoberta revolucionária ao conseguir armazenar a sequência total do genoma humano em um cristal de quartzo de memória óptica 5D, do tamanho de uma moeda.

A afirmação de que esses cristais são indestrutíveis é respaldada por testes rigorosos, pois eles conseguem resistir a temperaturas extremas de até 1.000°C, radiação cósmica intensa e até mesmo força de impacto direto de 10 toneladas por cm².

A tecnologia de memória 5D

Desenvolvidos no Centro de Pesquisa em Optoeletrônica de Southampton, os cristais de memória 5D utilizam lasers ultrarrápidos para gravar dados em "vazios nanoestruturados dentro da sílica". O termo "5D" refere-se ao uso de duas dimensões ópticas e três coordenadas espaciais, permitindo uma densidade de armazenamento inédita de até 360 terabytes, sem degradação ao longo de bilhões de anos.

Os pesquisadores acreditam que, em um futuro onde a ciência possibilite a reconstrução de organismos apenas a partir do DNA, o genoma armazenado neste cristal eterno pode servir como um plano de segurança.

Este avanço também tem implicações importantes na preservação de espécies ameaçadas. Os cristais poderiam ser utilizados para preservar os genomas de plantas e animais que enfrentam extinção devido às mudanças climáticas e outras crises ambientais.

Um roteiro futurista?

Caso os seres humanos não consigam descobrir como recriar organismos – ou desapareçam antes de fazê-lo – os cientistas projetaram o cristal de forma que outras formas de vida inteligente possam recuperá-lo. "A chave visual inscrita no cristal dá ao descobridor o conhecimento sobre quais dados estão armazenados e como podem ser utilizados", afirmou o professor Peter Kazansky, líder da pesquisa.

Essa chave representa a estrutura molecular básica dos pares de bases do DNA e referências icônicas, como os famosos diagramas da "Placa do Pioneiro" que foram enviados em missões interplanetárias da NASA para representar a vida na Terra.

Os pesquisadores já realizaram o primeiro depósito destes backups de cristais de genoma em um arquivo localizado em uma mina de sal subterrânea em Hallstatt, na Áustria, com o intuito de preservar registros da civilização humana.

Perspectivas céleres

Este conceito ainda pode soar como algo saído de um filme de ficção científica, mas é empolgante imaginar que nossos descendentes ou outras formas de vida inteligente possam decodificar nosso DNA bilhões de anos após nossa extinção. Até lá, este projeto oferece não apenas esperança, mas também o material perfeito para um enredo de ficção científica que poderia capturar a imaginação de futuros cineastas.