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Crise Política na Alemanha: Presidente Dissolve o Parlamento

2024-12-27

Autor: João

Na sexta-feira (27 de dezembro de 2024), o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciou a dissolução do Bundestag, o Parlamento alemão. A decisão, considerada inevitável, segue a perda de um voto de confiança pelo chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), que ocorreu em 16 de dezembro, evidenciando a instabilidade política no país.

Com a queda do governo de Scholz, o chanceler pediu ao presidente a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições, que estão previstas para 23 de fevereiro de 2025, muito antes do previsto, que era setembro. Essa movimentação acendeu um alerta sobre as futuras direções políticas da Alemanha, que está passando por um momento de turbulência intensificada.

As tensões políticas aumentaram após a ruptura da coalizão que governava o país, composta pelo SPD, Partido Verde e FDP (Partido Democrático Liberal). Conhecida como "Coalizão Semáforo", essa aliança tinha uma maioria sólida no Bundestag, com 414 dos 733 assentos.

A crise começou após a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, por Scholz, em 6 de novembro, que resultou de divergências no planejamento orçamentário. A insatisfação popular em relação às políticas econômicas, além de crises legislativas e conflitos internos, aceleraram o colapso da coalizão.

Entre os líderes que já confirmaram sua intenção de concorrer à chefia do próximo governo estão: - Friedrich Merz (União Democrata-Cristã, centro-direita); - Olaf Scholz (Partido Social-Democrata, centro-esquerda); - Robert Habeck (Partido Verde, centro-esquerda); - Alice Weidel (Alternativa para a Alemanha, direita).

Pesquisas recentes da YouGov indicam que a União Democrata-Cristã, partido da ex-chanceler Angela Merkel, está à frente nas intenções de voto, sugerindo um possível retorno ao poder. Por outro lado, a Alternativa para a Alemanha (AfD) também está em segundo lugar nas pesquisas. No entanto, sua provável representação significativa no Bundestag não é suficiente para garantir uma participação governamental, visto que o partido é considerado "extremista" pelos demais partidos.

Com a nova eleição marcada para 23 de fevereiro, os cidadãos alemães terão que votar em dois níveis: um candidato para seu distrito e um partido. Essa votação dual é crucial para a formação da nova composição do Parlamento, que já está mudando devido a uma nova reforma eleitoral que limita o número de cadeiras para 630.

Após as eleições, a legenda ou coalizão que obter a maioria de assentos nomeará o novo chanceler. Esse processo poderá se arrastar, pois a escolha deve ser feita dentro de 30 dias e, se ninguém for eleito nessas votações, Steinmeier pode ser aconselhado a dissolver novamente o Bundestag, convocando novas eleições gerais.

Os desdobramentos desta crise política na Alemanha refletem uma nação em busca de estabilidade em meio a um cenário de incertezas. O que acontecerá a seguir? Esta é uma situação a ser acompanhada de perto!