A Alemanha enfrenta uma crescente incerteza política que deve culminar em eleições antecipadas programadas para fevereiro. Esta decisão vem em meio a uma drástica queda no índice de confiança dos investidores, que caiu de 13,1 pontos em outubro para 7,4 pontos, segundo o instituto ZEW. Essa queda acentuada pegou analistas de surpresa e pode ser atribuída, em parte, ao resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Achim Wambach, presidente do ZEW, destacou que um governo com uma maioria clara teria a capacidade de deliberar sobre questões cruciais, como a revisão do freio da dívida da Alemanha, que tem sido citado como um fator limitante para os investimentos no país. Friedrich Merz, líder dos democratas-cristãos e atual favorito nas pesquisas para o cargo de chanceler, já descartou a ideia de revogar o freio da dívida, mas prometeu implementar uma ambiciosa reforma tributária.

Em declarações à TV pública, Carsten Linnemann, secretário geral dos democratas-cristãos, enfatizou a urgência de novas eleições, afirmando que "é fundamental que tenhamos novas eleições o mais rápido possível".

No dia 16 de dezembro, o Parlamento manifestará sua falta de confiança em Olaf Scholz, o atual chanceler, o que acionará o presidente Frank-Walter Steinmeier a convocar novas eleições. Scholz, que atualmente comanda um governo minoritário com apoio dos Verdes, busca garantir o suporte da oposição para aprovar novas legislações, particularmente em relação ao financiamento da Ucrânia e à proteção do Tribunal Constitucional contra a extrema-direita.

O governo de Scholz se desestabilizou após meses de tensões entre os dois partidos remanescentes na coalizão e os antigos parceiros, os liberais democratas, que exigiam cortes de gastos que a esquerda não estava disposta a atender. Se confirmado, o cenário para 2024 se mostra conturbado, levando muitos a se perguntarem: quem será capaz de estabilizar a situação política e econômica da Alemanha?