Saúde

Crise nos EUA: A Indústria de Saúde Brasileira Busca um Novo Caminho no SUS

2025-09-02

Autor: Fernanda

A recente tarifa imposta pelos Estados Unidos, que entrará em vigor em 2025, causou um impacto devastador na indústria de dispositivos médicos no Brasil. Estima-se que os US$ 400 milhões esperados em exportações para o mercado americano se tornaram, na prática, vendas perdidas. Empresas que investiram fortemente em maquinário e certificações voltadas apenas para os Estados Unidos agora enfrentam galpões vazios e prejuízos iminentes.

Segundo Paulo Henrique Fraccaro, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, a situação é alarmante. "Dividir as tarifas adicionais de 40% impostas por Trump com importadores americanos é impraticável; repassar todo o custo seria um suicídio comercial". Nesse cenário, redirecionar exportações para outros mercados também não é uma tarefa simples, já que a validação e certificação de equipamentos médicos em novos locais podem levar até um ano.

Atualmente, o setor ainda aguarda um sinal de auxílio concreto. Existe a promessa de um programa de preferências nacionais nas compras do SUS, parte do PAC, com R$ 2,6 bilhões destinados a essa iniciativa. Mas nos bastidores, a associação está se mobilizando para que o governo use essa crise como uma oportunidade para modernizar a rede hospitalar pública.

Fraccaro alerta que a janela de oportunidade está se fechando rapidamente: "Nenhuma empresa do nosso setor fabrica para ficar com estoque. Se o governo optar por uma compra rápida, acabará importando — e isso é precisamente o que queremos evitar".