Crise no Futebol Chinês: Guangzhou FC é Expulso da Liga em Meio ao Colapso da Evergrande
2025-01-07
Autor: Maria
O Guangzhou FC, ícone do futebol profissional na China e um exemplo das ambições esportivas do país, foi recentemente expulso da liga nacional devido a problemas financeiros decorrentes do colapso da incorporadora China Evergrande, que adquiriu o clube em 2010.
Este clube, que dominou o cenário do futebol chinês conquistando oito títulos da liga entre 2011 e 2019 e foi campeão da Liga dos Campeões da Ásia em duas ocasiões, não conseguiu atender aos requisitos financeiros impostos pela liga. O time já contou com estrelas como Robinho e Ricardo Goulart, além de técnicos de renome como Marcello Lippi e Fabio Cannavaro.
Em um comunicado, a Associação Chinesa de Futebol mencionou que o Guangzhou FC, junto de outros dois clubes - Cangzhou Mighty Lions e Hunan Billows - não era mais elegível devido a atrasos salariais e dívidas acumuladas. Essa inelegibilidade representa mais um duro golpe para o futebol chinês, que tem enfrentado uma série de escândalos de corrupção e crises financeiras desde que Xi Jinping, presidente da China, começou a investir no esporte em 2012.
Em sua declaração, o Guangzhou FC lamentou o que chamou de seu "fardo histórico de dívida" e os "fundos insuficientes" para resolver esses problemas. O clube pediu desculpas a seus torcedores e ao público em geral por sua situação atual, reafirmando seu compromisso em buscar soluções.
Desde a aquisição pela Evergrande em 2010, o Guangzhou FC passou por um período de gastos extravagantes que refletia o apogeu do setor imobiliário chinês, cheio de dívidas. Porém, a crise da Evergrande, que inclui mais de US$ 300 bilhões em passivos, interrompeu planos grandiosos do clube, como a construção de um novo estádio avaliado em 12 bilhões de renminbis (cerca de US$ 1,6 bilhão).
No início de 2021, o clube eliminou a marca Evergrande de seu nome devido a novas regulamentações que proíbem a inclusão de nomes de empresas nos clubes de futebol. Em seu relatório anual mais recente, a Evergrande mal mencionou o Guangzhou, informando apenas que tinha devolvido os direitos da terra do estádio às autoridades locais.
As investigações sobre a Evergrande também revelaram um padrão de má gestão e práticas questionáveis. Hui Ka Yan, fundador da empresa e uma vez considerado o homem mais rico da China, está sob investigação enquanto as autoridades se concentram em garantir a conclusão de seus projetos habitacionais inacabados.
A situação do Guangzhou FC não é isolada; outras equipes chinesas, como o Jiangsu FC, enfrentaram o mesmo destino devido a questões similares de gestão financeira. Além disso, a liga está repleta de escândalos de corrupção. Mais de 40 pessoas foram banidas de competições no ano passado após investigações que expuseram manipulação de resultados.
As consequências desse colapso financeiro do Guangzhou FC provavelmente se estenderão para o futuro do futebol na China, um país que aspira ser um líder esportivo global, mas que agora enfrenta uma crise que precisa ser resolvida urgentemente para evitar um colapso ainda maior.