Nação

Crise nas Finanças Públicas: Complicações da Reforma Administrativa

2025-08-27

Autor: João

Esther Dweck em Alerta sobre os Custos da Nova Folha de Pagamento

Na última terça-feira (26 de agosto de 2025), a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, levantou bandeira vermelha sobre a proposta de uma nova folha de pagamento para bonificações de servidores públicos. Segundo ela, essa 14ª folha pode sobrecarregar as finanças da União, que já estão esticadas ao limite.

"Não pode ser uma obrigação. Os Estados e municípios irão demandar recursos, mas não temos verba nem para arcar com as nossas próprias despesas, quanto mais para essa nova folha", alertou Dweck durante uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Competição e Consequências Fiscais

A ministra enfatizou a complexidade da proposta, destacando que a introdução do bônus exigiria um equilíbrio complicado entre os salários dos servidores. "Se todos se saírem bem, como faremos para distribuir o bônus? Será necessário conter os reajustes para acomodar essa nova folha. A preocupação fiscal é enorme, especialmente se se tornar uma imposição para os Estados e municípios", afirmou.

Propostas com Desafios

Dweck reconheceu que, embora muitas propostas discutidas na Câmara sejam positivas, a implementação prática não é tão simples. "Adicionar obrigações que impactem o fiscal pode resultar numa cobrança para nós bancarmos essa conta," disse.

Privilegiados em Cheque

Em sua fala, a ministra manifestou apoio a medidas que visem combater privilégios, como a limitação dos supersalários e a eliminação das férias prolongadas de 60 dias para os servidores ativos. "Se não enfrentarmos isso agora, será uma grande decepção para a sociedade e extremamente frustrante", desabafou.

Próximos Passos da Reforma

O grupo de trabalho pela reforma administrativa, liderado pelo deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), está preparando discussões que ocorrerão em uma Comissão Geral marcada para 3 de setembro. Contudo, Dweck expressou a preferência por uma análise mais detalhada em uma comissão especial antes de levar a proposta ao plenário.

"Se fosse uma PEC, seria ideal ter uma comissão especial, mesmo que haja um consenso para não prolongar a tramitação. O texto é crucial, pois pode resultar em boas ou más consequências. Consenso sem um texto claro não é viável", concluiu a ministra.