Saúde

Crise na Saúde: Profissionais em Dez Municípios do Ceará Sofrem com Atrasos Salariais

2025-01-22

Autor: Lucas

Uma situação alarmante se desenrola em pelo menos dez municípios do Ceará, que registram denúncias de atrasos nos pagamentos a profissionais de saúde. As queixas, recebidas em janeiro de 2025, indicam uma crise na gestão das finanças durante a transição de governos municipais.

Entre os municípios afetados estão Fortaleza, Iguatu, Pacatuba, Caucaia e Acopiara, onde os profissionais de saúde enfrentam meses de salários atrasados, incluindo honorários de dezembro de 2024. O Sindicato dos Médicos do Ceará destacou que essa situação não é apenas pontual, mas representa um acúmulo de débitos que precariza a dignidade dos profissionais e compromete a continuidade dos serviços essenciais de saúde à população.

O presidente do Sindicato, Edmar Fernandes, enfatizou: "Os atrasos de pagamento são reflexo de uma crise persistente na saúde pública. Os médicos estão se desmotivando e o atendimento à população está em risco devido à falta de insumos e medicamentos. É inadmissível que, em pleno 2025, ainda lutemos para receber nossos honorários."

Em Fortaleza, a situação é crítica nas 12 UPAs da cidade, que relatam atrasos significativos nos pagamentos, bem como a falta de materiais básicos. Médicos informaram que não receberam seus salários desde dezembro, impedindo o bom desenvolvimento de suas funções. UPAs como Vila Velha e Bom Jardim são as mais afetadas.

A situação se agrava em Caucaia, onde o prefeito Naumi Amorim revelou, no início de janeiro, um endividamento de R$ 681 milhões herdados da gestão anterior, o que dificultou ainda mais o pagamento das contas atuais. Para conter os gastos, foi decretado um plano de contingenciamento.

Iguatu também está enfrentando uma crise similar. Os atrasos nos salários estão relacionados a bloqueios nas contas públicas devido ao pagamento de precatórios. Com a atual dívida da cidade atingindo R$ 416 milhões, cerca de 1.500 servidores públicos ainda aguardam o 13º salário.

Pacatuba não fica atrás, pois a prefeita Larissa Camurça revelou que a prefeitura possui apenas R$ 600 mil em caixa, muito aquém da folha de pagamento de R$ 2,6 milhões referente a dezembro. Para piorar, a situação está sob análise devido a identificações recentes de débitos com fornecedores.

Aqui estão alguns dos casos específicos relatados:

- **Acopiara**: Atrasos nos pagamentos dos médicos do Hospital Municipal de setembro e outubro, levando o Sindicato a acionar a Secretaria de Saúde e o Ministério Público.

- **Altaneira**: Pendências nos pagamentos dos plantões médicos de dezembro, que deveriam ter sido pagos em janeiro.

- **Cascavel**: Médicos da Unidade de Convivência do Autista não receberam pagamentos desde outubro. A situação se agrava com bloqueios judiciais.

- **Capistrano**: Profissionais enfrentam atrasos nos pagamentos de dezembro e relatam problemas de segurança e falta de medicamentos.

- **Icapuí**: Médicos do Hospital Municipal não receberam salários de outubro e não há previsão de pagamento.

A Prefeitura de Caucaia informou que os salários dos médicos referentes aos meses de novembro e dezembro de 2024 não foram sequer empenhados pela gestão anterior. Isso exige que a nova administração inicie um processo de reconhecimento da dívida para efetuar os pagamentos. A Prefeitura afastou os rumores de falta de diálogo com os profissionais, enfatizando que busca uma solução rápida e eficaz.

A crise nos pagamentos representa não apenas um desafio imediato para os profissionais de saúde, mas também coloca em xeque a capacidade de atendimento da população. Críticos esperam que medidas mais efetivas sejam tomadas para reverter essa situação alarmante antes que ela afete ainda mais a saúde pública do Ceará.