Saúde

Crise na Saúde de Goiânia: Secretário Revela a Dificuldade de Receber Verbos Prometidos; "Aqui Não É Fácil"

2024-10-31

Autor: Ana

Introdução

O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, fez alarmantes declarações sobre a delicada situação financeira da saúde municipal durante uma prestação de contas na Câmara Municipal nessa última quarta-feira (30). Ele destacou que sua pasta enfrenta sérios problemas de recursos, afirmando que "não é fácil" administrar a saúde em um cenário de dificuldades crescentes. Pollara revelou que foi prometido um orçamento de R$ 340 milhões, mas até agora apenas R$ 40 milhões foram recebidos do município.

Cenário Desafiador

"Quando cheguei aqui, vim com grande ânimo, mas a realidade que encontrei foi muito mais desafiadora do que eu esperava. As dificuldades são enormes, e realmente aqui não é para amadores", declarou o secretário, expressando sua frustração em relação ao que considera uma falta de apoio adequado.

Reação da Prefeitura

Reagindo às críticas e preocupações de Pollara, a prefeitura, por meio de uma nota, reconheceu as expectativas legítimas do secretário quanto ao aumento de recursos destinados à saúde. O prefeito Rogério Cruz (SDD) destacou a importância da transparência e do diálogo sobre as dificuldades enfrentadas, mas reiterou que as decisões de gestão são tomadas em conjunto com sua equipe, sempre visando o interesse público.

Demissões e Gestão

Além das questões de orçamento, Pollara também lamentou demissões de servidores que ocorreram sem seu conhecimento, afetando diretamente a gestão da saúde. Ele disse: "Tinha cinco superintendentes, e, ao convocá-los para discussões sobre novos programas, me surpreendia ao ouvir que já haviam sido demitidos sem que eu soubesse."

Impacto nas Maternidades

A crise na saúde vai além das finanças. As maternidades de Goiânia enfrentam cortes e bloqueios que têm prejudicado o funcionamento dos serviços. Pollara indicou que R$ 6,5 milhões foram bloqueados em setembro, e essa situação está prevista para continuar, afetando diretamente os pagamentos das maternidades que, segundo ele, estão "drenando" os recursos da saúde.

Custo Elevado de Partos

"Estamos gastando R$ 20 milhões por mês para realizar apenas 1.000 partos, quando em um hospital privado custaria cerca de R$ 6 mil por parto. Isso precisa ser revisto", enfatizou Pollara, mencionando a necessidade urgente de reavaliar contratos com as maternidades que operam em Goiânia: o Hospital e Maternidade Dona Íris, o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara e a Maternidade Nascer Cidadão. Essas unidades são administradas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que há anos reivindica o cumprimento dos repasses por parte da prefeitura.

Histórico de Crises

Essa situação crítica não é nova; em setembro do ano passado, a Fundahc suspendeu atendimentos nas maternidades, e a mesma situação se repetiu em agosto deste ano. Tal crise levanta preocupações sobre a qualidade do atendimento aos goianienses e o futuro da assistência médica na cidade.

Desafio da Gestão

Enquanto isso, o prefeito Rogério Cruz tenta equilibrar os recursos disponíveis e a crescente demanda por serviços de saúde, que, segundo sua administração, aumentou significativamente, passando de 4,1 milhões de atendimentos para 8,1 milhões na atual gestão. Essa pressão crescente exige uma gestão mais eficaz dos recursos públicos, algo que, a julgar pelas declarações do secretário Pollara, ainda parece estar longe de ser alcançado.

Conclusão

O futuro da saúde em Goiânia está em jogo. Será que a administração conseguirá encontrar soluções para essa crise?