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Correios Enfrentam Prejuízo Histórico: R$ 2 Bilhões e Risco de Insolvência

2024-12-03

Autor: Gabriel

Os Correios do Brasil, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), registraram de janeiro a setembro de 2023 um prejuízo recorde de R$ 2 bilhões, o maior da história da estatal no referido período. Se essa tendência continuar, o déficit pode superar o de R$ 2,1 bilhões observado em 2015, quando Dilma Rousseff ocupava a presidência.

O atual presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, um advogado de 47 anos ligado ao grupo Prerrogativas, já vinha sendo questionado acerca da sua gestão, principalmente considerando sua proximidade com figuras políticas influentes como o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), conhecido como o “churrasqueiro de Lula.”

Devido à situação financeira alarmante, a empresa anunciou em outubro um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para o ano, uma estratégia que visa evitar a insolvência. Este teto foi comunicado a todos os gestores na data de 11 de outubro, mas o documento permaneceu sob sigilo até o vazamento para a imprensa.

Medidas Tomadas

Para tentar controlar as despesas, outras três medidas foram tomadas:

1. Suspensão de contratações de pessoal terceirizado por 120 dias.

2. Corte de preços em contratos existentes, com a meta de renegociar uma redução mínima de 10%.

3. Encerramento de contratos com novas prorrogações condicionadas ao sucesso das renegociações.

Inicialmente, os Correios projetavam uma receita de R$ 22,7 bilhões para 2024, mas essa expectativa foi revista para R$ 20,1 bilhões, o que significa que mesmo se o teto de gastos for respeitado, haverá um prejuízo estimado de pelo menos R$ 1,7 bilhão.

As medidas foram justificadas como essenciais para evitar o risco de insolvência, onde a empresa poderia necessitar de um resgate financeiro do Tesouro Nacional. Em um trecho do comunicado, os Correios afirmam: “tais medidas visam, fundamentalmente, a recompor o saldo do orçamentário/caixa para retomada do equilíbrio econômico-financeiro.”

Desde a chegada de Fabiano ao cargo, diversos fatores impactaram negativamente as contas da empresa. Em novembro, o Poder360 revelou que os Correios decidiram não recorrer de uma ação trabalhista de R$ 600 milhões, optando por contabilizar esse prejuízo em 2022. Além disso, outro processo de R$ 400 milhões foi arbitrariamente deixado de lado, com a estatal preferindo pagar diretamente aos funcionários envolvidos.

Em um movimento controverso, os Correios também assumiram uma dívida significativa com o plano de aposentadoria dos seus funcionários, comprometendo-se a transferir R$ 7,6 bilhões ao Postalis, fundo de pensão da categoria, o que representará metade do déficit atual do plano previdenciário, que não aceita novos participantes desde 2008.

A estatal atribui a culpa pela atual crise às gestões passadas, principalmente o governo de Jair Bolsonaro (PL), e também aponta uma política econômica do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que teria impactado negativamente as importações e, consequentemente, a geração de receita dos Correios.

Vale ressaltar que, mesmo diante do rombo financeiro, a empresa anunciou a abertura de um concurso público para selecionar 3.511 novos funcionários, com salários variando entre R$ 2.429,26 e R$ 6.872,48. A estatal garantiu que as provas não serão canceladas e não houve demissões até o momento.

A crise nos Correios levanta questões importantes sobre a gestão pública e o futuro da estatal em um Brasil em busca de recuperação econômica.