Nação

Corregedoria Prende Segundo Policial Militar Suspeito de Executar Delator do PCC em Aeroporto de SP

2025-01-22

Autor: Pedro

A recente prisão de um segundo policial militar no caso do assassinato do delator do PCC no Aeroporto de Guarulhos levanta sérias preocupações sobre a infiltração do crime organizado nas forças de segurança do Brasil. Entenda como as investigações se desenrolam e quem está sendo acusado.

Desde abril, a Corregedoria do Estado de São Paulo está investigando a relação entre policiais militares e a facção criminosa PCC. Com a nova prisão, o número total de detidos chega a 26, incluindo 17 PMs, cinco policiais civis e quatro outras pessoas ligadas a Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, que é considerado um olheiro do crime e está foragido.

A prisão mais recente ocorreu nas dependências do 20º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) em Barueri, e o policial suspeito será encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes (PMRG). A ação segue um grande movimento da corregedoria que, na última quinta-feira, já havia detido 15 policiais militares acusados de envolvimento com o crime. Um deles foi identificado como autor dos disparos enquanto os demais estavam prestando serviços de segurança ilegal para o delator.

Em um desdobramento chocante, Jackeline Leite Moreira, de 28 anos, namorada de Kauê, foi presa por tráfico de drogas sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Nela, recaem suspeitas de que ela estava vendendo drogas a partir do estoque de seu parceiro criminoso.

A cronologia dos eventos é alarmante. No dia seguinte à prisão de Jackeline, um homem de 22 anos também foi detido. Ele já tinha sido preso em dezembro, mas havia sido solto rapidamente. No entanto, foi novamente capturado e agora enfrenta acusações relacionadas ao tráfico de drogas e vínculos com Kauê.

Além disso, um tenente da PM também foi preso por suas supostas ligações com o assassinato, pois se acredita que ele conduziu o veículo usado na execução do delator.

As investigações iniciais começaram após uma denúncia anônima sobre a atuação de policiais em bicos de segurança para Vinícius Gritzbach, o delator. Embora Gritzbach tenha celebrado um acordo de colaboração com o Ministério Público de São Paulo em junho, ele se recusou a entrar no programa de proteção a testemunhas, permitindo que ele contratasse segurança privada, algo que acabou levando à contratação de policiais militares.

A morte de Vinícius Gritzbach, que ocorreu em 8 de novembro, quando ele foi atingido por dez tiros de fuzil na saída do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, intensificou as investigações. A Secretaria de Segurança Pública lançou uma força-tarefa envolvendo a Polícia Civil e a Polícia Federal para esclarecer esse crime audacioso.

A natureza do assassinato, que aconteceu à luz do dia em um dos aeroportos mais movimentados do Brasil, levanta a pergunta crucial: quem seria o mandante desse crime? Investigações apontam que Gritzbach estava em conflito com o PCC, que decretou sua morte, enquanto ele também se tornava uma figura indesejada entre policiais mencionados em sua delação como corruptos. O caso continua a mostrar quão arraigada está a corrupção dentro do sistema de segurança pública brasileiro. Esta situação exige uma atenção urgente das autoridades e uma reflexão mais profunda sobre os laços entre crime e polícia.