Coren-DF se pronuncia sobre cirurgia em pé de idosa: “Enfermeiro não realiza amputação”
2025-01-28
Autor: Pedro
O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) fez uma declaração contundente sobre o triste caso de uma idosa de 103 anos que teve o pé amputado por uma enfermeira em sua própria casa, localizada na Asa Norte, em Brasília. De acordo com relatos, a enfermeira utilizou um bisturi inadequado e realizou o procedimento em um ambiente domiciliar, sem qualquer forma de anestesia.
Em nota, o Coren-DF foi claro ao afirmar que enfermeiros não têm permissão para realizar amputações, atuando apenas na reabilitação de pacientes que já passaram por tais cirurgias. A organização condenou veementemente práticas que violem os códigos éticos, técnicos e legais que regem a enfermagem, assegurando que casos isolados não refletem a profissão, que é composta por profissionais dedicados a garantir assistências seguras e de qualidade.
A instituição também afirmou sua disposição em colaborar com as autoridades nas investigações que seguem em curso.
Entenda melhor o caso
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando as circunstâncias envolvendo a realização de uma cirurgia clandestina, que teve como resultado a amputação do pé da idosa. Informações indicam que o procedimento foi realizado sem supervisão médica adequada, por uma enfermeira sem a devida qualificação para tal ato.
Relatos afirmam que a idosa, cuja condição exigia uma intervenção de urgência devido à necrose avançada em seu pé, sofreu dores intensas durante a cirurgia. A coluna Na Mira teve acesso a fotos e vídeos chocantes que mostram a situação crítica da vítima antes da amputação, ocorrida em 13 de dezembro do ano passado.
Não apenas o pé, mas parte da perna da idosa também estava afetada pelo tecido necrosado. O nome da idosa e dos seus familiares permanece em sigilo para não comprometer as investigações. Além das investigações sobre a amputação, os investigadores da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual (Decrin) estão em busca de informações sobre o que aconteceu com o membro amputado.
A idosa recebia cuidados de uma equipe de enfermagem que se revezava no serviço de home care, e a enfermeira responsável pela amputação teria sido contratada especificamente para realizar o procedimento.
A coluna Na Mira também apurou que a idosa foi internada nesta segunda-feira (27/1) para a remoção de parte da perna necrosada. Investigadores da Decrin se dirigiram ao hospital e pediram que familiares e funcionários da unidade prestassem depoimentos na delegacia. Os detalhes da apuração seguem em sigilo, mas há uma onda de indignação e expectativa para que a verdade seja descoberta.
Este caso levanta questões sérias sobre a prática da enfermagem e a ética na assistência à saúde domiciliar, tornando-se um chamado a ação para a regulamentação e fiscalização rigorosa desse setor.