Em um movimento que promete aumentar as tensões na região, às vésperas da visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Coreia do Norte anunciou o desenvolvimento de um novo sistema de mísseis hipersônicos. Kim Jong-un, líder do país, afirmou que essa nova tecnologia é uma resposta direta aos "rivais" do Pacífico, com foco em manter a segurança do Estado norte-coreano.

"O sistema de mísseis hipersônicos conterá de forma confiável qualquer um de nossos rivais na região que possa afetar a segurança de nosso Estado", declarou Kim, que pessoalmente supervisionou o recente teste, onde um míssil percorreu 1.500 quilômetros e atingiu velocidades superiores a 12 vezes a do som antes de atingir o mar.

Durante seu discurso, Kim enfatizou que essa ação deve ser entendida como um esforço de autodefesa e não como uma agressão. Ele ressaltou a eficácia do novo sistema, afirmando que poderia "desferir um sério golpe militar em um oponente, rompendo efetivamente qualquer barreira defensiva densa". Essa frase lança dúvidas sobre a verdadeira natureza das intenções de Pyongyang na esfera militar.

Além das questões de defesa, Kim deu ênfase ao objetivo de fortalecer as capacidades militares da República Popular Democrática da Coreia, apontando para um futuro em que o país se torne uma potência militar de destaque. A afirmação de Kim destaca a urgência em aumentar a autossuficiência militar da Coreia do Norte, em um cenário onde as negociações de desnuclearização parecem estagnadas.

A resposta dos Estados Unidos e seus aliados não tardou a chegar. Em coletiva de imprensa, tanto Blinken quanto seu homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, condenaram firmemente o lançamento do míssil, qualificando-o como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e destacando a importância de fortalecer a aliança entre EUA, Coreia do Sul e Japão.

Este teste marca o primeiro lançamento de um projétil balístico desde o início do ano, após a Coreia do Norte ter apresentado, em novembro, seu míssil intercontinental de combustível sólido mais avançado. A escalada militar de Pyongyang suscita preocupações sobre uma nova corrida armamentista na região, que já está sob a pressão de antecedentes históricos de hostilidade e conflitos.

À medida que a situação se desenvolve, é incerto como a comunidade internacional responderá a essa nova provocação. Especialistas alertam que a Coreia do Norte pode estar buscando não apenas fortalecer sua posição regional, mas também usar o arsenal como uma ferramenta de negociação em futuras interações diplomáticas.