Neste domingo (6), Pyongyang foi palco da primeira maratona internacional realizada pela Coreia do Norte desde 2019, atraindo a atenção de corredores de diversas nacionalidades. O evento, recheado de simbolismo, homenageou o fundador do país, Kim Il-sung, avô do atual líder Kim Jong-un, em celebração ao seu aniversário de nascimento, que ocorre em 15 de abril.

A maratona, considerada o maior evento esportivo internacional promovido pelo regime isolacionista, contou com a participação de centenas de corredores, incluindo atletas estrangeiros. As ruas da capital foram tomadas pelo entusiasmo dos espectadores, que aplaudiram cada passo dos competidores. Imagens da agência AFP mostraram momentos de descontração, como corredores estrangeiros capturando memórias com seus celulares antes da prova, a partir do estádio Kim Il-sung.

Apesar das restrições e do controle rigoroso do governo, a maratona permite que estrangeiros vivenciem um pouco da vida na capital, sendo uma das raras ocasiões em que podem circular livremente, embora ainda sob vigilância. A última edição do evento foi realizada antes do fechamento das fronteiras devido à pandemia de Covid-19, que severamente impactou as atividades no país.

Em 2019, a maratona teve a participação de cerca de 950 ocidentais, um aumento significativo em relação aos 450 participantes do ano anterior. Essa retomada é vista como um símbolo da lenta reabertura do país, mesmo que a situação ainda seja delicada.

O diretor-geral da agência Koryo Tours, Simon Cockerell, previu que a edição de 2025 deverá contar com cerca de 200 corredores estrangeiros e mais de 200 atletas norte-coreanos, o que representa um otimismo em relação ao futuro dos eventos esportivos no país. Embora o evento tenha cumprido um papel importante na diplomacia esportiva, é preciso estar atento ao ambiente político da região e como isso pode impactar futuras edições.