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Consultoria internacional faz previsão otimista para risco fiscal do Brasil, desafiando a visão da Faria Lima

2025-01-11

Autor: Pedro

Em meio à pressão dos investidores da Faria Lima para que o governo realize cortes mais profundos e afirme que o Brasil enfrenta um "sério risco fiscal", a respeitável Gavekal Research lançou uma análise que contrasta com essa narrativa alarmista.

O analista Udith Simand admitiu que a relação dívida líquida/PIB, atualmente em 85%, é elevada para um país emergente e está mais próxima da realidade de economias desenvolvidas como o Reino Unido e o Japão. Simand também mencionou os conflitos entre o presidente Lula e Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, que complicaram a situação fiscal, além dos altos custos financeiros associados à dívida pública.

No entanto, a análise da Gavekal oferece uma perspectiva mais otimista. "A boa notícia é que os atritos com o Banco Central devem diminuir. Gabriel Galipolo, nomeado por Lula como novo dirigente, é bem visto pelos mercados e já mostrou apoio a novas altas de juros", destacou Simand.

Conforme a análise, se Lula cumprir sua promessa de conceder autonomia a Galipolo e permanecer "vigilante" quanto à necessidade de reformas fiscais, a moeda brasileira, que atualmente está subvalorizada, poderá se recuperar e se destacar novamente em 2025.

O economista Eduardo Moreira, do Instituto Conhecimento Liberta, ressalta a divergência entre a expectativa da consultoria e as preocupações expressas pelos representantes do mercado na Faria Lima. "A situação fiscal do Brasil é muito menos alarmante do que os especuladores querem fazer parecer. Eles se beneficiam da volatilidade que criam, assustando os investidores", declarou.

A economista e historiadora Deborah Magagna também corroborou essa visão. "Não vejo o risco fiscal que o mercado aponta. A análise menciona que a dívida bruta está aumentando, mas isso se deve ao custo da dívida, não a um aumento no endividamento", afirmou. Ela critica a abordagem do mercado que sustenta a narrativa de risco fiscal, usada para pressionar a política monetária e o governo.

Magagna ainda prevê que a Faria Lima pode errar nas projeções de déficit e inflação este ano, citando um histórico de falhas nas estimativas. Além disso, ela reconheceu que o real está mais desvalorizado que a média das demais moedas devido a fatores internos, mas acredita que a liderança de Galipolo à frente do Banco Central pode reduzir as tensões e aliviar a percepção de risco no futuro.

A análise da Gavekal Research, ao desafiar a falaciosa urgência por uma austeridade excessiva, abre um debate sobre a abordagem que o Brasil deve adotar em relação à sua política fiscal e monetária. O que isso significa para o futuro econômico do país? Poderíamos estar à beira de uma recuperação surpreendente?