Consultoria Internacional Apoia Brasil em Meio a Temores de Risco Fiscal
2025-01-12
Autor: Matheus
Enquanto os agentes do mercado financeiro na Faria Lima pedem cortes mais severos no orçamento, preocupados com um suposto "risco fiscal" iminente, a respeitada consultoria Gavekal Research lançou uma análise surpreendentemente otimista sobre as perspectivas econômicas do Brasil.
No relatório, o analista Udith Simand reconhece que a relação entre a dívida líquida e o PIB, que está em 85%, é elevada para um país emergente, comparável a economias desenvolvidas como o Reino Unido e o Japão. No entanto, ele apresenta um cenário encorajador, apontando que a expectativa de desavenças entre o presidente Lula e o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pode diminuir.
Com a nomeação de Gabriel Galipolo como novo presidente do BC, a Gavekal vê um potencial de estabilidade. Galipolo, que já demonstrou apoio a taxas de juros mais altas, é considerado bem-visto pelo mercado. A análise sugere que se Lula honrar seu compromisso de conceder autonomia a Galipolo e se mostrar atento às reformas fiscais necessárias, o Brasil pode se recuperar e se fortalecer rapidamente em 2025.
O economista Eduardo Moreira, conhecido por seu trabalho no Instituto Conhecimento Liberta, afirma que a situação fiscal do Brasil é menos alarmante do que muitos no mercado financeiro fazem parecer. Segundo ele, "os especuladores no mercado tendem a criar um clima de medo para se beneficiar das oscilações", diz Moreira, apontando que a narrativa em torno do risco fiscal é, na verdade, uma estratégia para pressionar o governo e os juros.
A economista Deborah Magagna, apresentadora do programa ICL Mercado e Investimentos, ecoa essa visão. Ela destaca que, embora a análise da Gavekal mencione a crescente dívida bruta, isso se deve mais ao custo do serviço da dívida do que a um aumento real do endividamento. "O mercado apresenta os números de maneira conveniente para justificar seus interesses e criar um cenário de pressão", completa Magagna.
Ela também observa que a desvalorização do real, em relação às outras moedas, pode estar prestes a mudar com as novas perspectivas de liderança no Banco Central. "Parece que a previsão de crescimento e estabilidade do novo governo pode finalmente surtir efeito", conclui Deborah. O olhar otimista da Gavekal Research abre uma nova discussão sobre a percepção do risco fiscal no Brasil, desafiando visões tradicionais e apostando em uma recuperação robusta à frente.