Tecnologia

Constellation Adquire Calpine: Um Gigante Energético Surge com Foco em IA

2025-01-10

Autor: Maria

A Constellation Energy acaba de realizar uma significativa aquisição ao comprar a Calpine, alinhando duas das maiores geradoras de energia dos Estados Unidos para atender à crescente demanda por eletricidade impulsionada pelos dados e pela inteligência artificial.

Com esta fusão, as empresas alcançarão uma capacidade instalada impressionante de 60 gigawatts, o que equivale a quatro usinas de Itaipu, uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo.

O acordo representa um investimento robusto, com a Constellation desembolsando US$ 16,4 bilhões em dinheiro e ações, avaliando a Calpine, que é uma empresa de capital fechado, em um valor de mercado (enterprise value) de US$ 26,6 bilhões.

Em um cenário onde a demanda por energia está crescendo exponencialmente devido ao avanço da inteligência artificial, as movimentações no mercado de energia nos Estados Unidos tornam-se cada vez mais relevantes. O CEO da Constellation, Joe Dominguez, destacou que "a IA vai estar em todos os lugares, mas certamente terá uma grande presença no Texas", reforçando a necessidade urgente de expansão de capacidade energética no estado.

As ações da Constellation tiveram um desempenho notável nos últimos 12 meses, mais do que dobrando de valor e subindo 23% no último dia, atingindo um novo recorde histórico. Esse crescimento é uma clara indicação do otimismo do mercado em relação ao potencial da empresa na nova era da energia.

Outro ponto central da discussão é o papel vital da Calpine no Texas, um estado que, segundo especialistas, precisará de uma expansão significativa de oferta energética nos próximos anos. A crescente popularização dos aplicativos e serviços de inteligência artificial está projetada para aumentar drasticamente o consumo de energia — com estudos indicando que uma simples pesquisa no ChatGPT pode consumir até 10 vezes mais eletricidade do que uma busca convencional no Google.

Estudos do Electric Power Research Institute afirmam que até 2030, os data centers deverão representar 9% do consumo total de eletricidade dos EUA, um aumento alarmante em relação ao percentual atual.

Adicionalmente, em um marco significativo, no ano passado, a Constellation firmou um acordo de fornecimento com a Microsoft, envolvendo a revitalização de um reator desativado na famosa usina nuclear de Three Mile Island, em uma transação de impressionantes US$ 1,6 bilhão.

Vale lembrar que a Calpine foi adquirida em 2017 por um consórcio que inclui a Energy Capital Partners, o CPP Investments e a Access Industries, do bilionário Len Blavatnik, que pagou US$ 5,6 bilhões e retirou a empresa da lista de empresas abertas — na época, a Calpine era avaliada em US$ 17 bilhões, incluindo dívidas.

A fusão entre Constellation e Calpine não é apenas um movimento estratégico no mercado energético; é uma resposta direta à demanda voraz por energia que está prestes a crescer à medida que a inteligência artificial se torna cada vez mais predominante em nossas vidas. Os próximos anos poderão testemunhar uma revolução energética para atender às necessidades de um mundo digital em expansão.