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Conflitos Explosivos: Israel e Hezbollah em Combates Diretos no Sul do Líbano

2024-10-01

As Forças Armadas de Israel relataram um aumento nas tensões com o Hezbollah, resultando em "combates intensos" no sul do Líbano. Este é o primeiro confronto direto no país vizinho desde a guerra de 2006, levantando temores sobre uma nova escalada de violência na região.

O porta-voz militar israelense, Avichay Adraee, alertou os cidadãos libaneses, através de suas redes sociais, para evitarem áreas entre o rio Litani e a fronteira com Israel. O chefe das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, revelou que as operações estão focadas em vilarejos que servem como bases para o Hezbollah, mencionando o plano conhecido como "Conquiste a Galileia", que remete à estratégia de ataque similar à do Hamas em 7 de outubro.

As incursões israelenses são descritas como "limitadas e localizadas", direcionadas a alvos que representam uma "ameaça imediata às comunidades no norte de Israel". O Hezbollah, até o momento, negou ter presenciado uma invasão, apesar de relatos de combates incessantes.

Este é apenas o início de uma nova fase nos conflitos; em 1982, uma ação semelhante também parecia limitada, mas acabou se estendendo por quase duas décadas. A atual crise se desenrola após semanas de tensão na guerra provocada pelo ataque do Hamas a Israel, seguido de uma resposta do Hezbollah, envolvendo incidentes na fronteira norte israelense. Ambas as facções fazem parte do que é chamado de Eixo da Resistência, financiado pelo Irã.

Na madrugada mais recente, o Hezbollah disparou 15 foguetes contra a região de Metula, uma área já evacuada que representa o ponto mais setentrional de Israel. Alertas aéreos foram disparados em várias partes do país, incluindo Tel Aviv. O Hezbollah afirmou ter causado ferimentos em soldados israelenses, embora isso não tenha sido confirmado por outras fontes. O chefe da Defesa Civil do kibutz She'ar Yashuv comentou que os sons de helicópteros são constantes, mas os movimentos de tropas não foram observados.

A situação entre o rio Litani e a fronteira com Israel deveria, em teoria, ter funcionado como uma zona de segurança, conforme estipulado em um acordo mediado pela ONU em 2000, ao término da ocupação israelense no Líbano. A atual operação terrestre em andamento segue após a intensificação de ataques aéreos israelenses, culminando no assassinato do líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, durante um bombardeio em Beirute.

Esses ataques não apenas visam a liderança do Hezbollah, mas também seus aliados no Líbano. Após a eliminação de líderes do Hamas e de grupos palestinos, as forças israelenses continuaram suas ofensivas, resultando em bombardeios em diversas localidades, incluindo o sul de Beirute. As consequências são devastadoras: estima-se que cerca de mil civis tenham morrido e até um milhão de pessoas poderiam ser deslocadas, representando aproximadamente um quinto da população libanesa.

Os Estados Unidos continuam a apoiar as ações israelenses. O presidente Joe Biden expressou sua preocupação em relação à situação, e o Conselho de Segurança Nacional dos EUA afirmou que as operações visam garantir a segurança das comunidades no norte do Líbano.

A segurança é um tema pautado pela opinião pública em Israel, e cerca de 60 mil moradores foram forçados a deixar suas casas. Essa reviravolta pode inicialmente beneficiar o premiê Binyamin Netanyahu, embora alguns críticos argumentem que seu foco principal parece ser a preservação de seu governo diante de possíveis condenações por corrupção.

Enquanto isso, o Irã permanece como um ator chave. Encorajando ataques de seus aliados contra Israel e os EUA, o país ainda não demonstrou envolvimento militar direto. Recentemente, os Houthis do Iémen relataram ter lançado drones contra bases militares israelenses, embora a situação permaneça tensa sem relatos de danos significativos.

Por fim, a instabilidade na região continua. As tensões permanecem altas enquanto diferentes grupos de resistência e aliados enfrentam sua batalha contra o que consideram ameaças externas. O futuro da segurança no Oriente Médio depende de como esses conflitos se desenrolarão nos próximos dias.