Estamos na reta final das eleições municipais, e o clima político no Brasil, especialmente em São Paulo, está mais tenso do que nunca. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, trouxe à tona um embate que promete agitar as bases aliadas: a rivalidade com Gilberto Kassab, presidente do PSD. Durante uma declaração impactante, Valdemar criticou Kassab por ter cedido a vice na chapa de Tarcísio de Freitas ao PSD, o que, segundo ele, deixou a bancada do PL de São Paulo se sentindo traída.

A insatisfação do PL não é apenas sobre uma questão de poder simbólico, mas também sobre o jogo político que Kassab está tentando jogar. Segundo Valdemar, ele está investindo sua força em prefeitos de cidades pequenas, as quais, embora tenham poucos eleitores, podem se mostrar cruciais para fortalecer sua influência política em São Paulo. "Kassab quer mostrar poder. Ele sonha ser vice do Tarcísio [em 2026], um plano que pode custar caro se não for bem executado", disparou.

Aliás, a relação entre Kassab e o PL está pairando sob tensões devido ao suporte eleitoral do PSD em diferentes esferas políticas, incluindo a ocupação de ministérios no governo Lula. Kassab é a alma na Secretaria de Governo e é visto como o intermediário entre o Palácio dos Bandeirantes e prefeitos, além de controlar verbas essenciais. Esse poder, no entanto, pode ser uma faca de dois gumes para ele.

Valdemar não deixou de mencionar a possibilidade de Kassab alcançar uma grande vitória, pois o PSD pode emergir como um dos partidos com mais prefeitos eleitos nas próximas eleições. Mas ele adverte: "Kassab está jogando em várias frentes, apoiando tanto a esquerda quanto a direita. Isso poderá ter consequências sérias para sua imagem no futuro".

Internamente, isso já está se refletindo: Antonio Brito, líder do PSD na Câmara, é objeto de ceticismo devido à neutralidade de Kassab nas eleições passadas. E enquanto Brito promete um futuro brilhante, Valdemar sugere que Kassab está criando dificuldades para aqueles que deveriam ser aliados.

Procurado para comentar a situação, Kassab fez um apelo à moderação, alegando que o radicalismo não traz benefícios ao cenário político. Ele argumenta que seu papel no centro é fundamental para estabilizar a política brasileira e que as tensões são esperadas em um ambiente tão polarizado. Kassab, autodenominado amigo de Valdemar, alegou que o PL teve suas recompensas, especialmente com a candidatura do astronauta Marcos Pontes ao Senado.

Em um levantamento recente, o PSD revelou-se como o partido que possui o maior número de prefeitos no Brasil, com um crescimento significativo de 58% em relação a 2020. Em São Paulo, especificamente, o partido conseguiu multiplicar a sua presença, passando de 64 prefeitos eleitos para impressionantes 306 – um aumento que atraiu a atenção de outros partidos em busca de espaço.

Ainda há um clima de competição acirrado, e Valdemar não é o único incomodado com a ascensão de Kassab. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, também expressou sua frustração, sugerindo que a estratégia do PSD está comprometendo suas próprias chances políticas.