Ciência

Como Ajudar uma Amiga sobre um Parceiro Inconveniente: Dicas Valiosas

2025-09-08

Autor: Fernanda

Quando a Preocupação se Torna Urgente

Camila Santos, 37 anos, jornalista paulistana, recorda-se da infância e do comportamento agressivo do marido de sua tia. O que começou como um gênio forte logo se transformou em uma tentativa de apagar a felicidade e a independência dela. O desrespeito se manifestava de diversas formas, incluindo humilhações, tanto públicas quanto privadas.

É natural querer proteger amigos que estão em relacionamentos que os diminui. A psicanalista Rosangela Matos afirma que, ao testemunhar essa dor, deixamos de ser meros espectadores e nos tornamos participantes indiretos. Essa situação gera uma tensão interna: a vontade de ajudar se choca com a impotência diante das escolhas do outro.

Os Sinais de Alerta

Amigos e familiares, frequentemente, têm uma visão mais clara sobre o que está acontecendo, pois estão fora do turbilhão emocional da relação. Aqueles envolvidos tendem a se apegar às lembranças boas, sustentando um ciclo prejudicial de 'tensão-explosão-lua de mel'. Se a situação se traduz em perda de autoestima, ansiedade, medo de se expressar ou dependência excessiva, é hora de prestar atenção. Casos de violência, verbal ou física, exigem abordagem decisiva.

"Não se trata de não gostar do parceiro, mas sim de perceber os impactos reais na saúde emocional e na liberdade do indivíduo", diz Maria Elisa Bravo Campos, psicóloga.

Como Intervir com Eficácia

A máxima 'em briga de marido e mulher não se mete a colher' é frequentemente usada para evitar a intervenção. Porém, segundo especialistas, o silêncio protege o agressor, nunca a vítima. A forma de abordar a situação é crucial: deve-se optar por perguntas que estimulem a reflexão, criando um espaço seguro para a pessoa se enxergar.

Segundo Bottura, é fundamental levantar a autoestima e autoconfiança do amigo ou familiar, fazendo-o acreditar que merece relacionamentos melhores. Pequenos gestos como uma mensagem de apoio ou um convite para uma caminhada podem ser decisivos.

O Valor da Presença

Lorraine reflete sobre sua experiência e percebeu que o apoio acolhedor e não crítico era a chave para ajudar sua amiga. Camila, por sua vez, se questionou se estava exagerando ao buscar intervenção, mas percebeu que o sofrimento da tia era evidente e que a família muitas vezes preferia ignorá-lo.

Após um incidente chocante em que a tia levou um soco para defender o filho, Camila insistiu para que denuncia-se o parceiro, mas sem sucesso. Bottura menciona que o ciclo de relacionamentos violentos é difícil de romper, muitas vezes por causa de padrões aprendidos na infância.

Criando Espaços de Apoio

A comunicação deve ser um diálogo aberto, não uma disputa. Escutar de forma atenta pode abrir portas para a reflexão e autodescoberta. O papel dos amigos é oferecer novas perspectivas e apoio emocional, garantindo que a pessoa sinta-se segura para tomar suas decisões.

Camila aprendeu que, ao oferecer apoio, viu a tia se fortalecer até a decisão de se separar. No entanto, percebeu que cada pessoa tem seu tempo, e a pressão, mesmo bem-intencionada, pode ser insuficiente diante de medos e dependências emocionais.

Reflexões Finais

Essa experiência ensinou Camila que a violência existe em várias formas, todas deixando cicatrizes. Se pudesse voltar atrás, teria buscado mais ajuda externa para que a tia não se sentisse tão isolada em sua luta.