A Nova Era da Previsão Meteorológica

O uso de Inteligência Artificial (IA) na previsão do tempo não é uma novidade, mas sua eficácia está ganhando destaque. Supercomputadores tradicionais levam horas para processar dados, consumindo uma quantidade de energia que poderia alimentar uma das maiores usinas do mundo! Em contraste, a IA opera em GPUs eficientes, fornecendo previsões em apenas segundos.

Um Passo À Frente na Meteorologia

Um estudo de 2023 da European Geosciences Union revela que a IA tem sido utilizada nas previsões climáticas há pelo menos 25 anos. Contudo, a verdadeira transformação veio a partir de 2018, quando a aplicação da IA passou a substituir os modelos numéricos tradicionais com mais força.

Em 2024, o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas implementou um sistema baseado em IA no Copernicus, que promete não apenas prever o clima, mas também corrigir erros dos modelos antigos, otimizando análises regionais.

Interatividade e Tomada de Decisão

"Agora, os usuários poderão interagir diretamente com os dados climáticos, fazendo perguntas e recebendo respostas personalizadas", afirma Carlo Buontempo, diretor do CS3. Com a rápida evolução climática, as previsões do passado já não são garantias do futuro, e a IA ajudará governos a tomar decisões mais informadas.

Provas de Eficácia no Brasil

No Brasil, o Inpe está desenvolvendo sua própria tecnologia de IA, que já mostrou superioridade sobre modelos de previsão física em vários testes. Um exemplo impressionante foi a previsão, com 13 dias de antecedência, da fumaça das queimadas amazônicas chegando a São Paulo.

Casos de Sucesso pelo Mundo

Em julho de 2024, o programa GraphCast conseguiu prever com precisão que o furacão Beryl atingiria o Texas, enquanto os modelos antigos acertavam o México. Essa previsão precisa permitiu ações preventivas que salvaram vidas.

Empresas em todo o mundo estão utilizando a IA para aprimorar suas previsões. Nos EUA, a The Weather Company melhora suas previsões climáticas focando na aviação, enquanto a 7Analytics na Noruega faz a previsão de inundações em tempo real.

E no Brasil, a startup Umgrauemeio tem se destacado com seu sistema de detecção precoce de incêndios, que já evitou a emissão de 18 milhões de toneladas de CO2. Outra brasileira, a Sipremo, utiliza IA para prever pragas, ajudando empresas como a ArcelorMittal a reduzir drasticamente o uso de inseticidas.

Desafios e O Caminho a Seguir

Entretanto, a adoção da IA na meteorologia não é sem desafios. A qualidade dos dados é crucial, e eventos climáticos raros ainda são difíceis de prever devido à falta de informações históricas. Como John Williams destaca, dados sobre turbulência aérea só estão disponíveis quando aviões a atravessam, algo que frequentemente as tecnologias atuais buscam evitar.