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Com vitória esmagadora, Zoran Milanovic é reeleito na Croácia: O que isso significa para o futuro do país?

2025-01-12

Autor: Ana

Zoran Milanovic, ex-primeiro-ministro e líder do Partido Social-Democrata (SDP), foi reeleito presidente da Croácia no segundo turno das eleições, realizado sob um contexto marcado por desafios econômicos, como inflação alta e corrupção generalizada. Desde a independência do país em 1991, a Croácia tem sido dominada pelo partido conservador HDZ, mas a ascensão de Milanovic trouxe uma nova dinâmica política.

Durante a campanha eleitoral, os debates foram preenchidos mais por insultos e provocações pessoais do que por discussões substanciais sobre as principais questões que afligem os croatas, como a escassez de mão de obra e a qualidade de vida em meio à crise econômica. Milanovic, conhecido por sua retórica populista, conseguiu atrair até eleitores de direita, especialmente ao criticar a União Europeia, a qual chamou de "autocrática" e "pouco representativa."

Logo após votar em Zagreb, Milanovic expressou sua confiança na vitória e novamente criticou o papel da União Europeia em assuntos polêmicos, como a ajuda militar à Ucrânia. Sua oposição a programas que poderiam levar soldados croatas a treinar tropas na Alemanha o posicionou como um líder que busca uma abordagem mais cética em relação aos aliados ocidentais, levantando suspeitas entre seus críticos de uma suposta simpatia pela Rússia.

O candidato opositor, Primorac, tentava se alicerçar nos valores conservadores do HDZ, promovendo um discurso de patriotismo e união em torno da família. À medida que as preocupações sociais emergiam, os jovens eleitores expressavam sua frustração com a falta de atenção dos políticos para temas que realmente afetam suas vidas, como a habitação acessível e o custo de vida. Ivana Vuckovic, uma estudante de 20 anos, ressaltou a desconexão entre as discussões políticas e os interesses da nova geração, clamando por um debate mais contemporâneo.

Os analistas indicam que a reeleição de Milanovic não apenas marca uma vitória pessoal, mas também reflete uma insatisfação crescente com a política tradicional da Croácia, sugerindo que o ex-primeiro-ministro poderá implementar mudanças significativas em seu novo mandato. Ele é visto por muitos como um "contrapeso" simbólico ao governo conservador liderado por Andrej Plenkovic. Assim, as expectativas de sua nova gestão vão além da retórica populista, prometendo um foco renovado em questões sociais e uma crítica mais contundente ao status quo da política croata.