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Coautores de 'Caranguejo' defendem Claudia Leitte em polêmica

2025-01-17

Autor: João

Os músicos Luciano Pinto e Alan Moraes, coautores da canção "Caranguejo", se manifestaram em apoio à cantora Claudia Leitte no meio da controvérsia gerada pela alteração na letra da música. A modificação, que troca o verso "saudando a rainha Iemanjá" por "eu canto meu rei Yeshua", gerou críticas, especialmente entre outros compositores envolvidos na obra, que afirmaram não ter sido consultados pela artista.

A polêmica se intensificou quando o Ministério Público da Bahia instaurou um inquérito civil para apurar possíveis acusações de racismo religioso por parte de Claudia Leitte em função da mudança na letra. A canção "Caranguejo" conta com quatro compositores: Luciano, Alan, Durval Luz e Nino Balla.

Em uma carta enviada à coluna, os músicos defendem Claudia, afirmando que houve sim uma conversa entre todos os envolvidos, onde a artista consultou os compositores sobre a alteração. "Ela questionou se podíamos alterar uma palavra na letra e explicou o significado de Yeshua", afirmam. Segundo eles, houve concordância geral na equipe musical. "Claudia sempre foi amável e respeitosa", ressaltam, destacando que ainda trabalham juntos.

Durval Luz, por outro lado, manifestou a intenção de processar Claudia por intolerância religiosa, alegando que ela não informou nem pediu autorização para a alteração na letra que menciona Iemanjá, importante entidade das religiões afro-brasileiras. Ele revelou que Nino Balla também se uniria ao processo. Quando questionado sobre a situação, Balla confirmou que a consulta nunca ocorreu.

Luciano Pinto expressou surpresa com a postura de Durval e Nino, lembrando que conversas sobre essa alteração aconteceram em 2012, quando a música estava prestes a ser regravada para um DVD. Ele ainda destacou que Claudia Leitte havia gravado a versão original da canção em 2004, quando fazia parte do grupo Babado Novo.

Além disso, vale lembrar que a artista se tornou evangélica há 12 anos, e o nome Yeshua é uma referência a Jesus em hebraico. Os coautores defendem que a mudança não afetou a estrutura musical e a integridade da canção, nunca gerando questões sobre intolerância religiosa durante a conversa.

Procurado, Nino Balla reafirmou que não houve nenhuma solicitação por parte de Claudia e insinuou que os coautores estão temerosos pela relação de trabalho com a artista. As afirmações geraram um grande debate nas redes sociais, trazendo à tona questões importantes sobre liberdade de expressão e respeito às diferentes crenças.

Claudia Leitte, após a repercussão negativa, fez questão de ressaltar a seriedade da questão do racismo e expressou sua intenção de lidar com o assunto fora do “tribunal da internet”, enfatizando a importância do respeito e da integridade entre todos.