Clínica Controversa: Outra Morte Durante Ressonância Levanta Suspeitas em Santos
2024-10-30
Autor: Ana
A clínica Mult Imagem, localizada em Santos, está sob a mira da Justiça após a morte de um paciente em 2021 durante um exame de ressonância magnética. Essa atenção renovada se deu em meio a um triste evento recente, onde Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, perdeu a vida na terça-feira (22) após passar pelo mesmo procedimento na mesma clínica.
Um caso anterior e igualmente alarmante ocorreu em 14 de maio de 2021, quando Patrick do Nascimento Silva, 44 anos, procurou a clínica devido a intensas dores nas costas. Após a realização do exame, a esposa de Patrick, Maria Aparecida de Araújo Nascimento Silva, 50 anos, foi informada pelos médicos que ele havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
A morte de Fábio foi classificada como 'morte suspeita', segundo análise do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam). Em contato, uma atendente da clínica informou que Fábio teve um mal súbito, mas não forneceu mais detalhes sobre o fim trágico de Patrick, alegando que o setor jurídico da clínica proíbe comentários sobre pacientes.
Maria Aparecida revela que seu marido sofria de claustrofobia e, por essa razão, foi sedado para realizar o exame. Segundo ela, Patrick já havia feito ressonâncias anteriores, inclusive na Mult Imagem, sem enfrentar complicações. Contudo, devido ao estado de saúde dele — ele era obeso e diabético —, era crucial que a clínica verificasse os níveis de glicose antes da sedação, algo que Aparecida questiona se foi feito.
Logo após o exame, Aparecida foi chamada para estar ao lado do marido durante sua recuperação da sedação, mas notou que Patrick não estava bem. 'Eu fiquei uns dez minutos tentando falar com ele, apertando o braço dele para ver se ele tinha alguma reação, mas ele estava com os dedos roxos e aquela respiração dificultosa', relata ela, visivelmente abalada.
Profissionais da clínica foram chamados e tentaram reanimá-lo por cerca de 50 minutos, mas ao retornar à sala, Aparecida encontrou seu marido sem vida. Em 2023, ela protocolou uma ação judicial contra a Mult Imagem, mas ainda aguarda um desfecho. Ela também lamenta que a clínica não fez nenhum contato para oferecer suporte nesse momento difícil. O caso já está registrado na Polícia Civil, e a pressão por respostas e justiça continua a aumentar.
As mortes na clínica levantam preocupações sobre a segurança e os protocolos de exames realizados em pacientes com condições pré-existentes. A população pede transparência e responsabilização por parte da instituição.