Saúde

Cirurgia Controversial: Médico Realiza Operação Sem Consentimento e Deixa Paciente em Risco

2024-09-26

Renata, de 34 anos, carrega um fardo pesado desde que sua vida mudou após uma cirurgia realizada em seu coração, sem a devida autorização. Diagnosticada com endometriose, uma condição em que o tecido que reveste o útero cresce em locais inadequados, ela procurou ajuda médica em busca de uma solução para sua infertilidade, já que sonhava em ter quatro filhos.

A busca pela maternidade levou Renata ao consultório do ginecologista Ricardo Mendes Alves Pereira, onde ela pagou R$ 1.500 por uma consulta. O que deveria ser uma cirurgia para tratar a endometriose na região pélvica tornou-se um pesadelo quando, supostamente sem aviso ou consentimento, o médico decidiu realizar uma cirurgia cardíaca, operando seu diafragma e pericárdio, além dos órgãos reprodutivos.

Após o procedimento, Renata desenvolveu uma enfermidade incurável, a pericardite, que a obriga a viver sob restrições severas, o que inclui a impossibilidade de praticar atividades físicas intensas e a necessidade de medicamentos constantes. A situação foi tão grave que ela já enfrentou episódios em que seu batimento cardíaco ultrapassou os cem por minuto, colocando sua vida em risco.

O caso levantou preocupações sérias e virou assunto de investigação policial. A Polícia Civil instaurou um inquérito em abril para apurar as circunstâncias em que a cirurgia ocorreu, e a Comissão de Ética do Hospital Israelita Albert Einstein, onde a operação foi realizada, também está em processo de investigação.

O Hospital Israelita Albert Einstein expressou que está em contato com Renata e sua família, oferecendo suporte. A situação de Renata é alarmante: ela está sob uso contínuo de medicamentos, incluindo corticoides, que provocaram efeitos colaterais severos, como insônia, queda de cabelo e inchaço.

Durante as investigações, ficou evidente que o médico não comunicou a paciente sobre mudanças no escopo da cirurgia, que involuntariamente afetou várias funções do seu corpo. Mensagens e gravações entre Renata, sua família e o médico revelam que a doença foi ignorada, e ele até afirmou que poderia ter 'esquentado' a paciente ao informá-la sobre a cirurgia invasiva.

As complicações levaram Renata a buscar novos médicos, e agora ela pesquisa tratamentos fora do Brasil, sem garantias de sucesso. A angústia é ainda maior ao ver amigos e familiares tendo filhos, enquanto ela luta para recuperar sua saúde e o sonho de ser mãe parece cada vez mais distante.

Essa situação levanta questões gravíssimas sobre a ética médica e a necessidade de consentimento informado do paciente em procedimentos cirúrgicos. O que ocorreu neste caso é inadmissível, e ele destaca a importância da transparência e do respeito à autonomia do paciente no campo da medicina.