Em uma descoberta que desafia a nossa compreensão do universo, físicos do MIT e do Caltech anunciaram o achado de um inusitado sistema triplo onde um buraco negro se encontra com duas estrelas em órbita. A novidade, publicada na renomada revista Nature, não só expande nosso conhecimento sobre buracos negros, mas também levanta novas questões sobre a formação e evolução desses fenômenos cósmicos.

Localizado na nossa própria Via Láctea, o sistema em questão gira em torno do buraco negro V404 Cygni, a uma distância impressionante de 8.000 anos-luz da Terra. Este mesmo buraco negro já era anteriormente conhecido, mas o que os cientistas descobriram foi que ele não está sozinho. Uma estrela menor orbita rapidinho, completando uma volta em apenas 6,5 dias, enquanto uma outra, muito mais distante, faz sua órbita a cada espantosos 70 mil anos.

Esta segunda estrela, à distância de 100 vezes a que separa Plutão do Sol, está a uma distância segura do buraco negro e, aparentemente, não corre risco de ser consumida por ele. Como é que ela conseguiu permanecer ali? De acordo com a hipótese dos pesquisadores, o buraco negro em formação pode ter surgido de um 'colapso direto', o que significa que ele não passou pela explosão caótica de uma supernova, que normalmente expulsaria objetos mais próximos.

Essa teoria abre novas possibilidades para o estudo de buracos negros, sugerindo que eles podem se formar de maneiras antes não consideradas. Usando dados do satélite Gaia, lançado em 2014 e que mapeia o movimento das estrelas, os físicos confirmaram que as duas estrelas do sistema estão em movimento conjunto, com uma probabilidade de coincidência de 1 em 10 milhões. Isso evidencia ainda mais a conexão entre elas e o buraco negro.

Outro ponto intrigante da pesquisa é a idade do buraco negro. A estrela mais distante, prestes a entrar na fase de gigante vermelha, possui cerca de 4 bilhões de anos. Essa revelação sugere que o sistema, como um todo, pode ter uma idade semelhante, desafiando a ideia de que os buracos negros têm sempre uma origem mais imediata.

Essa descoberta não só destaca a importância de continuar explorando as complexidades do universo, mas também promete abrir novas frentes de pesquisa no estudo de sistemas estelares. Quais outros segredos o cosmos ainda nos reserva? Prepare-se para tais revelações nos próximos anos!