Cientistas Lançam Alerta: Horário de Verão Pode Fazer Mais Mal do Que Bem; Saiba os Motivos!
2024-09-26
Autor: Mariana
Em meio ao crescente debate sobre a possível reintrodução do horário de verão no Brasil, um grupo de 26 renomados cientistas da área de cronobiologia - a ciência que estuda os ritmos biológicos e fenômenos naturais - firmaram um manifesto contra essa medida.
Por muitos anos, a alteração nos relógios foi defendida como uma estratégia para economizar energia, buscando otimizar as atividades diárias em sincronia com as horas de luz natural. No entanto, os pesquisadores estão alertando que os impactos negativos à saúde podem superar os benefícios econômicos esperados.
De acordo com os especialistas, os ritmos biológicos dos seres humanos estão intimamente ligados ao ciclo natural de luz e escuridão, regulando funções vitais como o sono, o apetite e até o humor. A mudança para o horário de verão desestabilizaria essa sincronização, forçando o organismo a se adaptar a um novo “horário social”, o que pode ser um desafio, especialmente para grupos vulneráveis como crianças e idosos.
"Esse processo de adaptação pode ser complicado. Enquanto alguns se ajustam rapidamente, muitos permanecem fora de sintonia, o que pode resultar em sérios problemas de saúde", alertam os cientistas, que representam instituições respeitáveis como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de São Paulo (USP).
Os efeitos adversos do horário de verão, conforme relatado pelos especialistas, incluem distúrbios do sono, aumento de eventos cardiovasculares negativos, agravamento de transtornos mentais e cognitivos, além de um aumento significativo no número de acidentes de trânsito nos dias que se seguem à mudança.
No manifesto, os cientistas citaram uma pesquisa de 2017 realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que investigou como as pessoas lidam com essa transição. A pesquisa, realizada através de questionários online, reuniu dados de mais de 1.200 pessoas, mostrando que mais de 50% dos entrevistados sentiram desconforto durante o período de adaptação até que o relógio retornasse ao horário normal.
Além dos problemas mencionados, os pesquisadores notaram que o horário de verão também poderia exacerbar condições já existentes de saúde mental, aumentando o risco de crises de ansiedade e depressão. Esses dados são preocupantes, principalmente em um contexto em que o bem-estar psicológico da população já enfrenta desafios significativos.
Os cientistas enfatizam que a posição expressa no manifesto é puramente baseada em evidências científicas, isentas de qualquer influência política, e defendem que a melhor abordagem para preservar a saúde e o bem-estar coletivos é evitar a implementação do horário de verão.
"Essa medida evitaria os efeitos nocivos associados às mudanças de horário e favoreceria uma melhor harmonização entre os nossos ritmos biológicos e os horários sociais e ambientais, contribuindo para o fortalecimento de uma sociedade mais saudável e produtiva", concluem os especialistas.