Ciência

Ciência Revela os Segredos da Superação Após a Perda de um Entes Querido!

2025-03-20

Autor: Julia

No mundo atual, muitas ideias ultrapassadas ainda circulam sobre o luto e como superá-lo, criando mais confusão do que apoio para aqueles que estão lidando com uma perda. Ilana Pinsky, uma renomada psicóloga clínica e doutora pela Unifesp, que também atuou como consultora para a OMS e OPAS, destaca que algumas correntes da psicanálise abordam o luto como um processo prolongado e doloroso, onde a pessoa deve reviver cada memória do falecido antes de conseguir seguir em frente.

A famosa teoria das cinco fases do luto — negação, raiva, barganha, depressão e aceitação — formulada pela psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, acabou se tornando um mantra para muitos que buscam entender o processo de luto. Entretanto, mesmo sendo amplamente conhecida, não existem evidências científicas que comprovem que essa sequência seja um caminho obrigatório ou universal para enfrentar a perda.

Mas, como realmente funciona o luto?

As fases do luto ganharam popularidade ao fornecer um roteiro emocional que, à primeira vista, parece previsível e claro para quem procura uma forma de alcançar a superação. No entanto, essa abordagem pode se tornar limitada, fazendo com que muitos sintam a pressão de seguir um padrão fixo. Se não passam por todas as fases ou conseguem se recuperar mais rapidamente, enfrentam sentimentos de culpa ou críticas por não estarem “sofrendo da maneira esperada.”

De acordo com pesquisas do psicólogo George Bonanno, da Universidade Columbia, o luto não é um processo que segue um padrão único. Surpreendentemente, a maior parte das pessoas enlutadas - cerca de 60% - demonstra resiliência, apresentando sintomas leves que tendem a diminuir com o tempo.

Já outros podem passar por um processo de superação mais demorado, mas existe ainda um grupo de 7% que consegue se recuperar rapidamente, desafiando a ideia comum de que um luto saudável precisa ser extenso e cheio de dor. Um estudo realizado na Dinamarca endossou esses achados, evidenciando que as diferentes formas de vivenciar o luto variam de acordo com o tipo de vínculo com o falecido e o suporte emocional disponível.

Além disso, novas abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental e a terapia de aceitação e compromisso, têm sido eficazes em ajudar as pessoas a reformular suas experiências de perda, tornando o processo menos doloroso e mais construtivo. Essa mudança de perspectiva é crucial para que cada um possa encontrar sua própria maneira de honrar a memória de quem se foi, sem se sentir preso a um padrão rígido de sofrimento.

Seguir em frente é uma jornada pessoal, e cada passo dado é válido. Afinal, a superação não é sobre esquecer, mas sobre aprender a viver com as memórias e o amor que ficaram.